“Ainda hoje vamos ter uma reunião para podermos começar a fechar o dossiê técnico, o mecanismo de financiamento, para que ainda este ano possamos dar corpo a esta ambição que é dotar o país, a partir da Praia, de um hospital de referência”, anunciou Coreia e Silva.

O chefe do Governo falava durante a inauguração da Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Doutor Agostinho Neto, na capital, atualmente o maior do país.

“Claro que o Hospital Agostinho Neto irá continuar, com as suas funções, as suas valências, mas iremos acrescentar mais um hospital, construído, pensado e concebido de raiz, ao nível tecnológico mais avançado que pudermos trazer aqui para Cabo Verde e ao nível de competências mais elevadas que possamos assumir relativamente aos nossos profissionais de saúde”, acrescentou.

O Governo cabo-verdiano apresentou publicamente em março de 2021 o projeto do Hospital Nacional de Cabo Verde (HNCV), orçado em 65 milhões de euros e que deverá ficar pronto dentro de três anos, para melhorar o nível de cuidados de saúde e reduzir as evacuações médicas externas.

“Irá seguramente nascer com valências que precisamos de desenvolver para reduzirmos os níveis de evacuação externa e termos aqui ainda muito mais capacidade em termos de prestação de serviços”, disse ainda, na cerimónia de hoje, o primeiro-ministro.

O processo para a construção do HNCV começou há quase três anos, com a assinatura de um memorando de entendimento entre o Governo de Cabo Verde e a Santa Casa da Misericórdia do Porto (Portugal).

Depois disso foi criada uma equipa técnica interministerial para preparar os atos formais, conceptuais e técnicos para mobilização de financiamento, finalização do projeto e definição do modelo de gestão e de acesso aos serviços a prestar.

Conforme projeto apresentado em março do ano passado pelo diretor nacional de Saúde, Jorge Noel Barreto, o hospital nacional deverá ser construído na zona de Achada Limpo, concelho da Praia, com capacidade máxima de 134 camas, sendo 12 para os cuidados intensivos.

Ainda segundo o diretor nacional de Saúde, a futura infraestrutura de saúde não vai substituir os dois hospitais centrais públicos do país –Agostinho Neto, na Praia, e Batista de Sousa, em São Vicente — mais sim complementar a oferta disponível e maximizar os recursos.

O HNCV está orçado em 7,2 mil milhões de escudos (65 milhões de euros), segundo os dados apresentados pelo Ministério das Finanças, sendo 47% desse valor destinado à construção, enquanto 53% será para aquisição de equipamentos e capacitação dos técnicos.

O hospital terá como principais objetivos melhorar os cuidados de saúde, com altos níveis de especialização e de sustentabilidade, e reduzir as evacuações médicas para o exterior, que neste momento são de cerca de 500 doentes por ano, sobretudo para Portugal, custando 300 milhões de escudos (2,7 milhões de euros) aos cofres do Estado.