"Esta é uma operação complexa no quadro da concertação da União Europeia e depois há outra coordenação ainda mais complexa com as autoridades chinesas, estando a cidade em quarentena. Estes cidadãos só podem sair com autorização das autoridades de saúde pública e administrativas da China", admitiu à Antena 1 Augusto Santos Silva.

O ministro portugês dos Negócios Estrangeiros afirmou ainda que "é essa autorização que ainda está em curso".

Estes são todos os países com casos confirmados de coronavírus
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Os 17 portugueses retidos em Wuhan, cidade chinesa colocada sob quarentena, foram notificados que o voo a partir do qual estava planeado serem retirados hoje à noite foi adiado para sábado, disseram à Lusa.

Também declarações esta manhã à TSF, o ministro confirmou o atraso no avião fretado pela União Europeia para repatriar os europeus que estão na China, incluindo um grupo de 17 portugueses.

"Está em curso uma operação de repatriamento à escala europeia, com as necessárias operações das autoridades chinesas. Espero que essa operação, que é muito delicada e muito complexa, quer do ponto de vista logístico, quer do ponto de vista diplomático, possa ser concluída nos próximos dias para que os portugueses regressem".

Vírus continua a alastrar

O Reino Unido confirmou dois casos de infeção pelo novo coronavírus, originário da cidade de Wuhan, na China, e que já matou 213 pessoas, os primeiros neste país europeu, anunciaram hoje os serviços de saúde britânicos. "Podemos confirmar que dois pacientes em Inglaterra, membros da mesma família, apresentaram resultados positivos", indica um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde. "Os pacientes são tratados por especialistas do Serviço Nacional de Saúde e recorremos a procedimentos comprovados de controlo de infeções para evitar uma propagação do vírus", explicou o chefe dos serviços médicos britânicos, Chris Whitty.

O Reino Unido foi o quinto país europeu a confirmar casos da infeção vírica, depois de França, Alemanha, Finlândia e Itália.

O governo italiano declarou estado de emergência, esta sexta-feira (31), para acelerar a luta contra o novo coronavírus e evitar uma possível propagação, um dia depois da confirmação dos dois primeiros casos no país, em dois turistas chineses.

Na quinta-feira, a OMS opôs-se à restrição de viagens, apesar de o surto do novo coronavírus na China ter sido declarado uma emergência de saúde pública internacional. “A OMS não recomenda a restrição de viagens, trocas comerciais e movimentos [de pessoas] e opõe-se mesmo a todas as restrições de viagens”, afirmou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa, na sede da organização, em Genebra, Suíça.

Justificando a declaração de emergência de saúde pública internacional, decidida pela organização, o diretor-geral da OMS disse que a “grande preocupação é a possibilidade de o vírus se propagar a países onde os sistemas de saúde são mais frágeis”. Ghebreyesus adiantou que “não se trata de um voto de desconfiança” em relação à China.

A decisão da OMS foi conhecida após o Comité de Emergência, formado por vários peritos, incluindo chineses, se ter reunido novamente, depois de há uma semana ter considerado prematura a emergência internacional.

O comité assinala, em comunicado, que as restrições à circulação de pessoas e bens durante uma emergência de saúde pública internacional podem ser ineficazes, perturbar a distribuição de ajuda e ter “efeitos negativos” na economia dos países atingidos.

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