Na terça-feira, no início das aulas, às 08:30, o aluno do 8.º ano apresentava "muita tosse" e informou que o irmão tinha estado numa visita a Madrid, sendo que a escola decidiu, por prevenção, acionar o plano de contingência e colocá-lo na sala de isolamento previamente definida, contou à Lusa a diretora do Agrupamento de Escolas de Penacova, Ana Clara Almeida.
"Nós temos um fluxograma da Direção-Geral de Saúde, a que temos de obedecer. Quando há um caso suspeito, deve-se isolar o aluno. Esse passo foi feito, mas ficámos empancados no segundo, que é comunicar ao SNS24. A partir daí, não tivemos qualquer apoio", critica a responsável.
O aluno acabou por ser testado no Hospital Pediátrico de Coimbra, tendo sido concluído que não estava infetado com coronavírus, porém, até esse momento, o jovem teve de passar cerca de 12 horas fechado numa sala, por falta de resposta da linha de apoio SNS24, explicou Ana Clara Almeida.
Segundo a diretora do agrupamento, assim que o jovem ficou isolado, perto das 08:30, a escola contactou a linha de apoio SNS24, tendo conseguido falar com uma enfermeira, pela primeira vez, "ao fim de duas horas".
"Pediram a identificação do aluno, os sintomas que tinha, se o tínhamos postos em isolamento. Depois, pediram para ligarmos à Linha de Apoio ao Médico", recordou.
Durante todo o dia, a escola nunca conseguiu ser atendida na Linha de Apoio ao Médico, voltando a contactar o SNS24, em que uma enfermeira terá pedido para continuar à espera, passando mais de três horas com a chamada em espera, afirmou.
"Enquanto estávamos à espera, decidi ligar para o senhor comandante dos bombeiros locais, que primeiro tentou ajudar-me junto das entidades. Acabou por me telefonar a dizer que, se conseguisse que o pai fosse ter ao Pediátrico de Coimbra, que autorizava o transporte do aluno" para aquele hospital, explicou.
Com uma ambulância e um bombeiro devidamente preparados e o hospital já à espera do aluno, o jovem acabou por sair da escola por volta das 20:00, em direção ao Pediátrico de Coimbra, referiu.
"No fundo, tive que contar com a boa vontade dos bombeiros, porque, caso contrário, não sei como teria sido", lamenta.
De acordo com Ana Clara Almeida, desde a última chamada, que ficou em espera e que não chegou a ser reencaminhada para um médico, que a escola não recebeu qualquer contacto por parte do SNS24.
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