“Os doentes transportados de ambulância são desviados para outros hospitais, os doentes que chegam pelo seu próprio pé têm a porta aberta da nossa urgência. […] Só a urgência respiratória covid é que não está a receber ambulâncias”, adiantou.
De acordo com fonte do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF), no concelho da Amadora (Lisboa), a unidade hospital continua a receber ambulâncias de outras especialidades, como de partos e traumas.
“Ao dia de hoje, temos novamente números históricos de covid no nosso hospital e consubstanciam esse pedido que fizemos ao CODU [Centros de Orientação de Doentes Urgentes] e que nos foi admitido das 16:30 [de terça-feira] até às 00:00 [de hoje] e das 00:00 às 20:00 de hoje”, salientou.
À Lusa, a mesma fonte informou ainda que, segundo os dados atuais, o HFF tem hoje 368 pessoas internadas com covid-19, sendo que 18 foram transportados para o Hospital da Luz para serem operados.
“Hoje atingimos o nosso máximo histórico de doentes internados. Dezoito destes doentes estão a ser operados a partir do Hospital de Luz, depois de terem sido transferidos na semana passada. […] A situação é mais confortável porque dos 368 apenas 350 é que estão no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca”, disse.
Salientando a “enorme pressão” no HFF, a fonte hospitalar relembrou ainda que o que plano de contingência inicial previa 120 doentes em enfermaria e 15 em unidades de cuidados intensivos.
“Tenho 368 [internados] no total, 350 no hospital, dos quais 37 estão em cuidados intensivos”, afirmou, adiantando que, neste momento, o hospital tem “330 camas de covid abertas […], face ao plano de contingência inicial, que eram 120”.
A fonte hospital acrescentou que, ao longo da última semana, houve uma média de 400 episódios por dia relativos às urgências (geral, covid-19, obstetrícia e pediátrica), sendo que 30% eram casos relacionados com o novo coronavírus.
“[…] Esta semana estão a representar 40% dos episódios. Há um aumento muito expressivo esta semana de casos covid”, referiu.
O Hospital Fernando da Fonseca transferiu, na semana passada, 120 pacientes para outras unidades hospitalares, na sua maioria doentes infetados com covid-19.
Segundo o Hospital Amadora-Sintra, os problemas registados na rede de oxigénio medicinal no dia 26 de janeiro estiveram relacionados com dificuldades “em manter a pressão”, nunca tendo estado em causa “a disponibilidade de oxigénio ou o colapso da rede”.
Os constrangimentos obrigaram à transferência de doentes “com vista a garantir a diminuição do número de doentes internados a quem é necessário administrar oxigénio em alto débito”, ainda de acordo com a unidade hospitalar.
Nesse dia estavam internados no Hospital Amadora-Sintra 363 ‘doentes covid-19’, tendo-se registado desde o início do ano um aumento de 400% de pacientes hospitalizados naquela unidade infetados com o novo coronavírus, com muitos deles a necessitarem “de oxigénio medicinal em alto débito”.
Entretanto, no sábado, a unidade hospitalar anunciou que já tinha a funcionar “em pleno” um novo tanque de oxigénio para alimentar em exclusivo a Área Dedicada a Doentes Respiratórios do Serviço de Urgência Geral.
Numa informação publicada nas redes sociais, o Hospital Fernando da Fonseca (HFF) explicou que o novo tanque foi instalado na sexta-feira e tem uma capacidade para 4.300.000 litros de oxigénio.
“Este investimento permite uma melhoria significativa da estabilidade de débitos de oxigénio em toda a rede do HFF”, podia ler-se na nota.
O HFF referiu ainda que, ao longo das últimas semanas, a unidade hospitalar tem realizado “um conjunto de obras para reforço da rede de fornecimento de oxigénio, designadamente as áreas das enfermarias, serviços de urgência, unidades de cuidados intensivos, entre outras”.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 13.257 pessoas dos 740.944 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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