Segundo adiantou à Lusa fonte da Carris, a empresa sob alçada da Câmara de Lisboa, elaborou um plano de contingência que prevê “medidas ao nível da limpeza reforçada dos veículos, com especial atenção às superfícies mais tocadas, como os corrimãos das portas, as pegas do interior, o contorno superior dos bancos e o contorno do habitáculo do tripulante, e a desinfeção em situações de caso suspeito a bordo”.
De acordo com a empresa, irá ser entregue a “todos os tripulantes” um 'kit' composto por máscara, lenços, toalhitas com base de álcool e luvas, para ser utilizado “apenas em casos de suspeição de sintomas do próprio tripulante ou de clientes a bordo”.
Foi elaborado ainda um plano de ação no que diz respeito à operação da Carris, nomeadamente na comunicação de sintomas por parte de tripulantes ou de clientes que viajem dentro dos equipamentos, que inclui a recolha da viatura para desinfeção.
A Carris também limitou as viagens laborais associadas à sua atividade que tenham destino qualquer dos países identificados no 'site' da Direção-Geral de Saúde como sendo áreas com “transmissão comunitária ativa” e só autorizará viagens para outras regiões e “que sejam estritamente necessárias”.
De acordo com fonte da Carris, o plano está em conformidade com as medidas determinadas pelas autoridades de saúde e em articulação com a Câmara de Lisboa e está “condicionado aos cenários e fases do evoluir da situação e pode ser revisto a qualquer momento”.
Já a TTSL – Transtejo/Soflusa assegurou à Lusa que o plano de contingência da empresa indica o “aperfeiçoamento e reforço dos procedimentos de higienização dos seus vários espaços e locais bem como os procedimentos a seguir em caso de deteção de passageiro suspeito”.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão a Lisboa, enquanto a Soflusa garante a travessia entre o Barreiro e o Terreiro do Paço (Lisboa).
De acordo com as orientações emitidas pela DGS - Direção-Geral da Saúde, a TTSL refere ter atualizado e aprovado o seu plano de contingência, no qual, entre outras medidas, está prevista a possibilidade de trabalho alternativo a partir de casa, bem como soluções de minimização de risco nas operações que impliquem contacto com os passageiros, como são os casos dos bilheteiros, agentes comerciais e marinheiros.
De acordo com a empresa foram criados, em todos os locais de atividade, incluindo terminais e estações, áreas de isolamento, dispondo as mesmas de telefone e de condições de habitabilidade, conforto e arejamento adequados.
Em função da evolução do surto de Covid-19, a Fertagus, que assegura a ligação ferroviária entre Setúbal e Lisboa, considerou em resposta à Lusa que poderão “ocorrer ajustes na oferta e no limite a interrupção”, mas apenas em “caso extremo de absentismo ou orientações da DGS”.
Os comboios da Fertagus fazem a ligação entre as estações de Roma-Areeiro (em Lisboa) e a cidade de Setúbal.
A empresa de transportes ferroviários suburbanos de passageiros garantiu ainda que tem um plano de contingência que “visa assegurar a manutenção da circulação dos comboios dentro dos padrões normais”.
No plano de contingência, a Fertagus tem seguido as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A empresa pediu aos trabalhadores para informarem os responsáveis hierárquicos para o caso de terem viajado recentemente de e para as áreas com transmissão comunitária ativa. Será criada uma zona de isolamento, disponibilizadas máscaras e luvas e reforçadas as medidas de desinfeção e colocação de dispensadores de solução antissética de base alcoólica em locais estratégicos.
Com a procura dentro dos padrões normais e sem prejuízos significativos, a Fertagus adiantou ainda que também foram tomadas medidas junto dos prestadores de serviços, no sentido de garantirem os respetivos planos de contingência.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.
Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
Portugal regista 30 casos confirmados de infeção, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado no domingo.
Todos os infetados, 18 homens e 12 mulheres, estão hospitalizados.
A DGS comunicou também que 447 pessoas estão sob vigilância por contactos com infetados.
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