Publicado hoje na revista científica Nature, o estudo da autoria de Hugo Zeberg e Svante Paabo postula que se trata de um grupo específico de genes que se encontra em 16 por cento da população europeia e em metade das pessoas do sul da Ásia e quase não existe em África e no leste da Ásia.
Os antepassados dos seres humanos modernos cruzaram-se em várias alturas da história da evolução com o ramo Neandertal, entretanto extinto, o que resultou numa troca de genes que ainda hoje permanecem.
Estes genes serão um dos fatores de risco para a covid-19, além da idade, sexo e doenças pré-existentes como obesidade, diabetes ou problemas cardíacos.
Os investigadores, que trabalham no instituto Karolinska, na Suécia, e no Instituto de Antropologia da Evolução Max Planck, na Alemanha, afirmam que a prevalência dos genes Neandertal é mais elevada nos naturais do Bangladesh, 63% dos quais têm uma cópia dos genes em questão.
Zeberg e Paabo citam estudos realizados no Reino Unido que demonstram que as pessoas com ascendência do Bangladesh têm um risco duas vezes maior de morrer com covid-19 do que o resto da população.
Svante Paabo afirmou que é “notável que a herança genética dos Neandertal tenha consequências tão trágicas durante a pandemia atual”, defendendo que se tem que “investigar o mais rapidamente possível” por que razão isso acontece.
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