Num documento divulgado após a conferência de imprensa conjunta entre a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, e o presidente do Banco Mundial, David Malpass, que decorreu na quarta-feira, o FMI anunciou que os 50 mil milhões de dólares serão orientados para os países mais pobres e economias emergentes.
"Para Os países de salários mais baixos, temos financiamentos de emergência de rápida distribuição até 10 mil milhões de dólares [8,9 mil milhões de euros] (50% da quota de membros elegíveis) que podem ser acedidos sem um programa pleno do FMI", pode ler-se no documento assinado por Georgieva.
Este valor "está disponível a juros zero para os membros mais pobres através do Dispositivo de Crédito Rápido", de acordo com a diretora-geral do FMI.
"Outros membros podem aceder ao financiamento de emergência através do Instrumento de Financiamento Rápido. Este dispositivo poderá providenciar cerca de 40 mil milhões de dólares [35,7 mil milhões de euros] para mercados emergentes que podem potencialmente abordar-nos para apoio financeiro", detalhou ainda Kristalina Georgieva.
Referindo que no total, o Fundo tem uma capacidade de financiamento de cerca de 1,0 bilião de dólares (893 mil milhões de dólares), e ainda o Fundo de Contenção e Alívio de Catástrofes (FCAC), "que providencia aos países elegíveis adiantamentos para alívio do serviço de dívida ao FMI".
"O FCAC provou ser eficaz durante o surto de Ébola em 2014, mas agora está subfinanciado com apenas pouco mais de 200 milhões de dólares [cerca 178,5 milhões de euros], contra possíveis necessidades de mais de 1.000 milhões [cerca de 893 milhões de euros]" alertou a responsável.
Kristalina Georgieva pediu "os países-membros para que ajudem a assegurar que este dispositivo está completamente recarregado e preparado para a crise atual".
A dirigente do FMI já tinha alertado, na mesma conferência, que o contágio que atinge os circuitos de oferta e da procura "exige uma resposta a nível mundial", e que em 2020 o crescimento mundial será inferior ao de 2019, embora seja "difícil prever quanto".
Os 189 países-membros do FMI prometeram dar "todo o apoio necessário para limitar o impacto" da epidemia, em particular nos países mais vulneráveis, após uma teleconferência do comité monetário e financeiro internacional do Fundo.
"Pedimos ao FMI para utilizar todos os instrumentos financeiros à sua disposição para ajudar os países-membros que necessitem", refere um comunicado, no qual se diz também que há "confiança" em poder ultrapassar a crise e "restaurar o crescimento".
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.300 mortos e infetou mais de 95 mil pessoas em 79 países, incluindo nove em Portugal.
Das pessoas infetadas, mais de 50 mil recuperaram.
Além de 3.012 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça e Espanha.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.
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