No início de abril, a polícia espanhola prendeu sete pessoas vestidas como funcionários de uma empresa de entrega de comida em Alicante e Valência que estavam a entregar cocaína e canábis, de bicicleta, motorizada ou carro, informou a organização de cooperação policial internacional sediada em Lyon, centro-leste de França.

Algumas das drogas estavam dissimuladas em mochilas de entrega em domicílio, acrescentou a Interpol, que alertou os 194 países membros da organização para esse novo método de tráfico.

Além de Espanha, esse mesmo método foi detetado pela polícia na Irlanda, Malásia e Reino Unido, onde os entregadores falsos transportam cocaína, canábis, ecstasy, entre outras substâncias ilícitas.

Na Irlanda, por exemplo, a polícia encontrou oito quilos de cocaína e duas armas escondidas em caixas de pizza.

"Os criminosos continuam a adaptar-se num mundo afetado pela pandemia de COVID-19", destaca Stephen Kavanagh, diretor dos serviços policiais da Interpol, enfatizando a importância de alertar as agências policiais de todo o mundo para estes novos circuitos de drogas.

Em Portugal, país onde já morreram 989 pessoas das 25.045 confirmadas como infetadas e há 1.519 casos recuperados, não são conhecidas operações deste género.

A COVID-19 é uma doença causada por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.