Dois pacientes internados em estado grave, de 52 e 89 anos, estão entre os que não receberam a terceira dose, explicou o vice-diretor do Centro de Controlo de Doenças da cidade, Liu Xiaofeng, citado pela imprensa local.
Liu observou a proporção baixa de pessoas com mais de 60 anos que receberam uma dose de reforço e instou os residentes idosos a vacinarem-se o “mais rápido possível”.
Pequim tem mais de 21 milhões de habitantes, cerca de 600.000 dos quais têm idade superior a 80 anos, considerada a faixa etária com mais risco de sofrer doença grave ou morte pelo coronavírus SARS-CoV-2.
O atual surto na capital da China fez mais de 3.000 infetados e três mortos. Foram os primeiros óbitos por covid-19 registados no país em seis meses.
Os habitantes de Pequim têm de fazer testes PCR a cada 48 horas, já que a entrada em locais públicos exige a apresentação de um resultado negativo.
A baixa taxa de vacinação entre os idosos, um dos grupos mais vulneráveis, mas também um dos mais relutantes em se vacinar, é apontada pelas autoridades como um dos motivos para manter a atual estratégia, que contrasta com o resto do mundo.
O país asiático enfrenta atualmente um dos maiores surtos de covid-19 desde o início da pandemia, com surtos ativos em quase todas as províncias.
Segundo dados oficiais difundidos este mês, 86% dos chineses com mais de 60 anos receberam o esquema vacinal completo, embora a percentagem diminua no grupo com mais de 80 anos (65,7%). A proporção de idosos com mais de 80 anos que recebeu a dose de reforço, a nível nacional, é de 40%.
Os idosos chineses não sentem urgência em vacinar-se, já que o número de casos permanece relativamente baixo devido às restritivas medidas de prevenção epidémica vigentes no país.
A estratégia chinesa inclui o bloqueio de cidades inteiras, a obrigatoriedade de apresentar um teste negativo para o novo coronavírus para aceder a espaços públicos e o isolamento de todos os casos positivos e respetivos contactos diretos em instalações designadas. A China mantém, também, as fronteiras praticamente encerradas desde março de 2020.
Estas medidas têm um alto custo económico e social e são fonte de forte descontentamento popular, gerando por vezes confrontos violentos entre moradores e funcionários de saúde.
O país asiático relatou quase 30.000 novos casos, nas últimas 24 horas. Segundo dados oficiais, desde o início da pandemia morreram 5.231 pessoas na China devido ao novo coronavírus.
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