A multidão saqueou e queimou, no domingo, as máquinas que estavam a ser usadas na construção do edifício no bairro de Yopougon, que irá servir de centro de testes para detetar infeções pelo novo coronavírus, alegando que o centro ficava muito próximo das habitações.
De acordo com os promotores dos motins, citados pela imprensa local, a proximidade do centro “é sinónimo de morte” para os habitantes deste bairro de Abidjan.
O presidente da câmara de Abidjan, Vicent Toh Bi, reuniu-se hoje com as comunidades para lhes pedir moderação e explicar as vantagens do projeto, assegurando se que não se trata de um centro de tratamento de doentes de covid-19.
“Em que país é que o Governo vem contagiar as populações?”, questionou o prefeito, citado pelo portal Abidjan.net.
“Este centro vai permitir-nos detetar os casos de contaminação e fornecer informação às populações sobre a pandemia”, acrescentou Toh Bi.
Yopougon é o bairro mais populoso dos 10 que compõem Abidjan, e o centro, permitirá, segundo o autarca, aliviar a pressão sobre os hospitais e aproximar a população do pessoal médico.
As autoridades da Costa do Marfim pretendem igualmente reabilitar outros 23 centros distribuídos pelos vários bairros da cidade.
A Costa do Marfim confirmou o seu primeiro caso do novo coronavírus em 11 de março e atualmente soma 216 infeções, três mortes e 37 pessoas curadas.
O continente africano ultrapassou hoje os 9.200 casos de infeção pelo novo coronavírus, que causou já mais de 410 mortes.
Mais de 800 pessoas recuperaram da doença.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.
Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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