“A posição dos especialistas é sensata, mas temos de incluir outras variáveis, como a vacinação, a positividade dos testes, ou a ligação epidemiológica entre os casos”, defendeu o deputado e vice-presidente da bancada do PSD Ricardo Baptista Leite.
O deputado e medido falava aos jornalistas no parlamento, após a 21.ª sessão com especialistas sobre a situação da covid-19 em Portugal, na qual os partidos participaram por videoconferência.
“Saímos com a mesma convicção com que entrámos: é fundamental tudo fazer para salvar o verão e preparar o inverno”, afirmou, defendendo que a “melhor arma” para avançar para uma vivência endémica do vírus é continuar a apostar na vacinação.
Ricardo Baptista Leite salientou que “o risco de haver doença sintomática ou com hospitalização ainda é elevado”, mesmo para as pessoas vacinadas apenas com uma dose. “Temos de continuar com as medidas distanciamento e com o uso de máscaras”, defendeu.
Por outro lado, o social-democrata lamentou que, no caso da região de Lisboa, se esteja “uma vez mais a reagir perante uma situação preocupante”, lamentando que não se tenha aumentado a testagem mais cedo. “Um em cada quatro casos em Lisboa não tem ‘link’ epidemiológico e sabemos que há uma disseminação comunitária da variante indiana”, alertou, dizendo ser necessário aguardar mais “uma ou duas semanas” para avaliar a dimensão real do problema.
O deputado do PSD salientou que o Reino Unido “vai reavaliar muito em breve se Portugal continuará na lista verde” como destino turístico, o que dependerá da capacidade de o país controlar a pandemia. “Neste momento, Portugal está numa situação mais negativa que outros países europeus, seria importante inverter a situação”, afirmou.
CDS-PP responsabiliza Medina e Cabrita por "agravamento da situação em Lisboa"
O CDS-PP acusou hoje o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, de uma "enorme irresponsabilidade" quanto aos festejos do Sporting, considerando que levaram ao "agravamento da situação" pandémica.
"O agravamento da situação em Lisboa exposto hoje na reunião do Infarmed revela que foi uma enorme irresponsabilidade de Fernando Medina e de Eduardo Cabrita o modo como planearam os festejos futebolísticos na cidade", afirmou a porta-voz centrista num vídeo de menos de um minuto, enviado à comunicação social no final da 21.ª sessão com especialistas sobre a situação da covid-19 em Portugal, na qual os partidos participaram por videoconferência.
Cecília Anacoreta Correia sublinhou igualmente que "os dados positivo acerca da vacinação mostram que é muito importante as pessoas aproveitarem as oportunidades de tomar a vacina", alegando que "é realmente o modo mais eficaz de se protegerem".
Apontando que o CDS está preocupado com a saúde mental dos portugueses, a democrata-cristã defendeu ainda que "a resposta pública não pode ficar-se pela existência de uma linha de atendimento telefónico que é paga".
Na ótica do CDS-PP, "é preciso que todos tenham acesso a consultas de psicologia para adultos e para crianças nos centros de saúde" e criticou que "o Governo parece ser autista a esta reclamação insistente" do seu partido.
Verdes pedem que “vida continue” e não haja “passos atrás”
O Partido Ecologista “os Verdes” defendeu hoje que é preciso continuar a “testar, isolar e vacinar” e que Portugal não pode dar “passos atrás” no desconfinamento, porque “a vida precisa de continuar”.
A deputada Mariana Silva falava aos jornalistas no parlamento, após a 21.ª sessão sobre a situação da covid-19 em Portugal, na qual os partidos participaram por videoconferência.
“’Os Verdes’ consideram que não podemos dar passos atrás, temos de continuar neste desconfinamento. Para isso, é necessário planear, a vida precisa de continuar, seja em termos culturais, desportivos, seja nos locais de trabalho, sempre com regras para que possamos estar protegidos e enfrentar este vírus com segurança”, defendeu.
Mariana Silva sublinhou que o partido “valoriza as reuniões do Infarmed”, sobretudo numa altura em que é necessário “dar algumas explicações aos portugueses”.
“Sabemos que o vírus continua connosco, precisamos de continuar alerta para as suas mutações e continuar a ter como prioridade o que tivemos até agora: testar, isolar e vacinar”, defendeu.
A deputada ecologista defendeu, por outro lado, o reforço do Serviço Nacional de Saúde como “essencial” para recuperar todos os cuidados não covid, mas também para apoiar as pessoas que tiveram a doença e ficaram com sequelas, e reforçar a saúde mental.
“É necessário ajudar as empresas para garantir os empregos, garantir os direitos dos trabalhadores. É necessário que a vida continue, de forma que possamos recuperar e não dar passos atrás”, afirmou.
Neste quadro não há justificação para manter medidas restritivas, defende PCP
A deputada do PCP Paula Santos considerou hoje que, com o avanço da vacinação e a diminuição de internamentos e mortes por COVID-19, não há nenhuma justificação para se manter "medidas restritivas".
Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, na sequência da 21ª sessão sobre a situação da covid-19 em Portugal, Paula Santos ressalvou, no entanto, que o PCP é pelo "cumprimento das recomendações por parte da Direção-Geral da Saúde (DGS)" que sejam consideradas necessárias para se "retomar as atividades económicas, sociais, culturais e desportivas em segurança".
A deputada do PCP sustentou que "está comprovada a taxa de efetividade da vacinação" e que "o impacto positivo da vacinação está também visível num conjunto de indicadores, nomeadamente na redução da incidência de novos casos nas pessoas mais de 80 anos, na redução das hospitalizações incluindo os cuidados intensivos, na redução da mortalidade".
Neste quadro, "há qualquer justificação para a manutenção e para a defesa de medidas restritivas, que hoje não têm qualquer correspondência com a realidade", afirmou.
Questionada se para o PCP todas as "medidas restritivas" devem ser retiradas ou algumas devem manter-se, Paula Santos repetiu que há que cumprir somente "as recomendações da DGS, que são medidas gerais de proteção de saúde pública, para o desenvolvimento de cada uma das atividades", sem dar exemplos concretos.
"A epidemia não se combate com restrições nem com limitação de direitos e liberdades", declarou.
A deputada do PCP aproveitou esta ocasião para insistir na diversificação da compra de vacinas, argumentando que os "riscos que persistem no que diz respeito ao fornecimento" podem "comprometer o plano de vacinação em curso", e na suspensão das patentes e no investimento na capacidade de produção em Portugal.
Iniciativa Liberal acusa Governo de ser incompetente e lento na reabertura
A Iniciativa Liberal acusou hoje o Governo de ser incompetente e lento na reabertura gradual das atividades encerradas devido à covid-19, dando como exemplos os eventos desportivos, espetáculos culturais e a retoma dos horários normais da restauração.
Esta posição foi transmitida aos jornalistas na Assembleia da República por Carla Castro, dirigente da Iniciativa Liberal, na sequência da 21ª sessão sobre a situação da covid-19 em Portugal.
"Nós estamos a assistir a maior número de casos, mas sem uma pressão no sistema de saúde e, portanto, é possível manter aqui um equilíbrio", considerou.
A dirigente da Iniciativa Liberal assinalou que "os indicadores de mobilidade estão em níveis quase de pré-pandemia", e defendeu: "As pessoas estão a sair à rua, é altura então também de as políticas acompanharem esta coerência e esta responsabilidade das pessoas".
"Também foram as pessoas, quando viram que precisavam de recolher, que recolheram antes das medidas do Governo. Portanto, as pessoas são responsáveis, as pessoas sabem o que estão a fazer", sustentou, insistindo que é tempo de "diminuir restrições e retomar liberdades".
Carla Castro deu "o exemplo do desporto, os exemplos culturais, os pais poderem ver os seus filhos nos eventos desportivos", referindo que houve "uma medida aprovada na Assembleia da República por proposta da Iniciativa Liberal para a abertura gradual dos eventos desportivos" que está por cumprir.
Por outro lado, segundo a dirigente da Iniciativa Liberal, "os horários na restauração são incompreensíveis". No seu entender, deve "haver um gradualismo, não faz sentido passar de zero a cem", mas o ritmo do plano do Governo é "muito lento".
"Não há espetáculos na medida em que deveria acontecer, atividades ao ar livre que deveriam ser permitidas", acrescentou.
Carla Castro acusou o Governo de não fazer "uma gestão competente" da crise sanitária, de fomentar "uma cultura de medo" e de "não confiar nas pessoas".
No que respeita ao setor da saúde, questionou: "Recuperação não covid, onde é que ela está a ser, onde é que estão outra vez o privado e social a contribuir para a recuperação?".
A 21.ª sessão sobre a situação da covid-19 em Portugal, com especialistas e políticos, realizou-se hoje no Infarmed, em Lisboa, com uma parte dos participantes por videoconferência.
Em Portugal, já morreram mais de 17 mil pessoas com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 847 mil casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).
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