Divulgados no Dia Mundial da Diabetes, os dados do Programa Nacional da Diabetes (PND) da Direção-Geral da Saúde (DGS) demonstram um aumento do acesso a estes dispositivos, indicando que, em 2015, 1.313 pessoas tinham bombas de insulina

“O PND considera que, para além das crianças e jovens com DM1 [diabetes tipo 1], todas as pessoas com Diabetes tipo 1 e indicação clínica devem ter acesso aos dispositivos híbridos, independentemente da idade, prevendo-se o alargamento da cobertura já em 2023”, diz a DGS em comunicado.

É neste âmbito, adianta, que o Ministério da Saúde assinou hoje um despacho, que visa criar um grupo de trabalho para atualizar a estratégia de acesso ao tratamento com estes dispositivos que será coordenado pela DGS.

O grupo de trabalho, que envolverá sociedades científicas, associações de doentes e sociedade civil, terá de apresentar, dentro de quatro meses, propostas para atualizar a estratégia de acesso a tratamentos com bombas de insulina automáticas.

Em declarações à agência Lusa, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, explicou que este grupo de trabalho visa “atualizar todo o conhecimento científico, propor uma estratégia para a disseminação da utilização deste dispositivo” e dar condições “para uma negociação mais intensa com a indústria, que permita que haja condições financeiras para que esse acesso mais amplo seja concretizado”.

No comunicado, a DGS refere que desde 2020 todas as pessoas com indicação passaram a ter acesso ao tratamento com bombas de insulina,

“A inclusão das bombas híbridas e adesivas no programa de tratamento com bombas de insulina da DGS tem sido trabalhada pelo PND desde 2019, tendo o Ministério da Saúde autorizado a inclusão destes novos dispositivos nas aquisições de 2022”, salienta.

A colocação dos dispositivos e acompanhamento clínico ocorre em Centros de Tratamento específicos, que existem em todas as regiões do país e acompanham doentes em idade pediátrica e idade adulta.

No comunicado, a DGS anuncia ainda que o programa “Diabetes em Movimento”, que foi eleito este ano como melhor prática de promoção da saúde e de combate às doenças crónicas pela Comissão Europeia, vai ser retomado em janeiro de 2023 em 22 municípios do país.

Este processo envolve as cinco Administrações Regionais de Saúde em Portugal (através dos Agrupamentos de Centro de Saúde), as respetivas Câmaras Municipais, mas também Unidades Locais de Saúde, Centros Hospitalares, Instituições do Ensino Superior e Associações Desportivas locais.

Em janeiro arranca também, no ACES Estuário do Tejo, o projeto-piloto do “Mais Saúde Menos Diabetes”, que visa a prevenção da diabetes, promovendo a prática regular da atividade física, a adoção de uma alimentação saudável e a manutenção de um peso normal.

De acordo com os dados do último Inquérito Nacional de Saúde (2019), a prevalência da 'diabetes mellitus' na população residente em Portugal, com idade entre os 25 e os 74 anos, é de 9,9%, superior ao valor médio observado na União Europeia (UE) no mesmo ano (6,2%).

Estima-se que anualmente sejam diagnosticados em Portugal 60 mil a 70 mil novos casos.