“É hora de redobrar os esforços, (…) não há tempo a perder”, declarou em conferência de imprensa por telefone Kelley Robinson, funcionária do grupo Planned Parenthood, que administra muitas clínicas que realizam abortos no país.

“Em 14 de maio, vamos expressar a nossa raiva. São esperadas centenas de milhares de pessoas”, acrescentou.

De acordo com Kelly Robinson, serão organizadas quatro grandes marchas em Washington, Nova Iorque, Chicago e Los Angeles, e centenas de comícios no resto o país.

“Vai ser um verão de raiva”, disse Rachel Carmona, cuja organização Marcha da Mulheres reuniu milhões de opositores de Donald Trump em 2017 para um primeiro protesto.

Ainda na quinta-feira, a diretora da associação progressista MoveOn, Rahna Epting, assegurou que vê “uma energia nunca antes vista”, acusando os republicanos de terem orquestrado este retrocesso ao nomear juízes conservadores para o Supremo Tribunal.

“A nossa mensagem para os republicanos é clara: vocês vão nos ver nas ruas em maio, vão nos ver nas ruas em junho e vão nos ver nas urnas em novembro!”, realçou.

“Roe v. Wade” é uma decisão que protege como constitucional o direito das mulheres ao aborto, impedindo que os estados que integram os EUA proíbam essa prática.

Antes da sentença, em 1973, 30 estados dos 50 que compõem os Estados Unidos tinham leis que proibiam o aborto em qualquer momento da gravidez.

Uma decisão do Supremo no sentido da contida no projeto privaria o acesso ao aborto para milhões de mulheres que vivem em estados do sul ou do centro dos EUA, onde os republicanos implementaram uma legislação muito restritiva, no momento suspensa pela decisão da mais alta instância da Justiça norte-americana, à qual Donald Trump deu uma composição maioritariamente conservadora.