Um adolescente norte-americano que processou a escola onde estudava por ter sido suspenso após se recusar a ser vacinado, contraiu o vírus da varicela.

Jerome Kunkel, de 18 anos, foi manchete de jornais em abril pela sua gorada tentativa de ser indemnizado pela escola "Our Lady of Sacred Heart/Assumption Academy", na cidade de Walton, no Estado de Kentucky.

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O advogado de Kunkel, Christopher Weist, disse à imprensa americana que o adolescente começou a desenvolver sintomas de varicela na semana passada, noticia a BBC. A confirmação da doença terá acontecido pouco depois.

A escola que o jovem frequentava decidiu suspender em março todos os alunos que não aderiraram a uma campanha de imunização após um surto local de varicela. O jovem recusou-se a tomar a vacina com base em argumentos religiosos. Na ação contra a escola, argumentou que a vacinação era "imoral, ilegal e pecaminosa" e que os seus direitos estavam a ser violados ao ser-lhe exigida a imunização.

O pai do jovem, Bill Kunkel, argumenta que as vacinas derivam de "fetos abortados", o que vai contra as crenças religiosas da família. O juiz responsável pelo caso deu razão à escola. O magistrado concordou que o jovem não tinha o direito de frequentar as aulas e as atividades extracurriculares daquele colégio sem ter tomado a vacina, uma vez que se tornaria perigoso para os restantes alunos.

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O colégio decidiu impedir a entrada de alunos que não se imunizassem depois de 32 estudantes serem diagnosticados com varicela. Weist disse à NBC News que o seu cliente não se arrepende da decisão de não tomar a vacina, mesmo tendo contraído a doença. "Ele tem crenças profundamente religiosas e sinceras", disse Weist. "E sempre reconheceu o risco de apanhar a doença e estava OK com isso".

A varicela é uma doença altamente contagiosa que causa erupções na pele, prurido e febre. Raras vezes é fatal.

Em 1998, um estudo altamente manipulado, com dados falsificados de 12 crianças, correu mundo alegando que a vacina tríplice viral (VASPR) provocava autismo. A mesma investigação foi retirada pela revista The Lancet em 2010. Entretanto centenas de outros estudos foram já publicados a atestar a qualidade, segurança e efetividade da VASPR. Ainda assim, continuam a circular informações falsas sobre a segurança da vacinação.