Com o nome CATALYSE – Climate Action To Advance HeaLthY Societies in Europe (em português, Promover sociedades saudáveis na Europa através de ações climáticas), este projeto, que envolve vários países, é financiado pela União Europeia.
À FMUP caberá “coordenar o desenvolvimento, validação e implementação de modelos de previsão e monitorização que permitam alertar precocemente os doentes com rinite alérgica para determinadas condições ambientais”.
Serão alvo de alerta, entre outros, os momentos em que se preveem elevadas concentrações de pólen ou alterações dos níveis de poluição atmosférica, ou seja, situações que possam desencadear um agravamento de sintomas como comichão no nariz ou aquilo que vulgarmente se chama de “pingo no nariz”, espirros sucessivos ou congestão nasal, bem como sintomas oculares.
“Estes alertas serão personalizados e deverão possibilitar que os doentes tomem precauções, como evitar a exposição a alergénios ou assegurar a disponibilidade e acesso rápido à medicação de alívio”, explica o investigador da FMUP Bernardo Sousa Pinto, citado em comunicado.
Os alertas terão por base um conjunto de dados, designadamente de sintomas reportados pelos doentes com rinite alérgica, previsões de parâmetros meteorológicos, da qualidade do ar e dos níveis de pólenes divulgados pelo Instituto Meteorológico da Finlândia, bem como tendências registadas em pesquisas ou conteúdos disponibilizados ‘online’, por exemplo, GoogleTrends e ‘posts’ do Twitter.
De acordo com a FMUP, está previsto o envio de alertas através do MASK-air®, uma aplicação móvel que funciona em 27 países, maioritariamente da Europa e da América Latina, que foi desenvolvida por um grupo internacional coordenado por Jean Bousquet, investigador do Centro Hospitalar Universitário de Montpellier (França) e do Charité – Universitätsmedizin Berlin (Alemanha).
Bernardo Sousa Pinto acrescenta que está ainda prevista a realização de um ensaio clínico em que alguns doentes irão receber mensagens preventivas e outros irão receber mensagens neutras.
“O objetivo é avaliar o sucesso destas medidas na mitigação dos danos provocados pela emergência clínica no efetivo controlo da rinite alérgica, doença que afeta 20 a 30% da população mundial”, descreve.
As consequências sobre a qualidade de vida criadas por esta doença incluem faltas à escola e ao trabalho, problemas de concentração, incapacidade de dormir, cansaço, entre outras.
Além da FMUP, destaca-se a participação do ISGlobal (Espanha), da Hertie School (Alemanha), o Instituto Meteorológico Finlandês (Finlândia), da MASK-Air (França), bem como da Universidade de Zurique (Suíça).
Além de Bernardo Sousa Pinto, integram o projeto os investigadores da FMUP João Fonseca, Rute Almeida e Teresa Henriques.
Com um financiamento e 8,3 milhões de euros, o CATALYSE teve início em setembro e deverá durar 60 meses.
Os resultados finais deverão ser apresentados em 2027.
Comentários