À margem de uma iniciativa de campanha, no Porto, uma visita a uma ama da Segurança Social, entretanto já reformada, a eurodeputada e dirigente bloquista foi questionada sobre a pressão que tem sido feita para que o Governo decida encerrar as escolas, depois de ter decretado o novo confinamento a partir de sexta-feira.

“São momentos muito difíceis que estamos a viver e devemos sempre, sempre seguir as indicações das autoridades de saúde e dos especialistas. E se a indicação for nesse sentido, devemos segui-la sem hesitação, sem dúvida nenhuma”, respondeu.

De acordo com dados da Direção Geral da Saúde (DGS), Portugal registou hoje 219 mortes relacionadas com a covid-19 e 14.647 novos casos de infeção, os valores mais elevados desde o início da pandemia.

Ao longo de toda a corrida presidencial, a tónica de Marisa Matias sobre a covid-19 tem sido a mesma, no sentido de as decisões serem sempre de acordo com a indicação dos especialistas.

Em relação às escolas, um “pilar fundamental” da sociedade, a recandidata presidencial foi apontando, ao longo dos dias, que há posições contraditórias entre os especialistas.

Questionada sobre o que será urgente caso as escolas tenham mesmo de fechar, Marisa Matias não hesitou: “os apoios, os apoios imediatos”.

“A cada decisão que exista de maior exigência, de maior fechamento da sociedade, tem de haver apoios imediatos. É preciso dar as condições às pessoas para que elas possam cumprir o confinamento”, reiterou.

A candidata a Belém repetiu o que tem vindo a dizer – e que promete continuar a repetir – uma vez que não se está a “falar de nenhum cenário de fatalidade” em matéria de apoios.

“Nós estamos muito a tempo, não só de garantir os apoios, como mais resposta ao SNS, como termos compromissos exigentes que permitam dar resposta às pessoas. Nós estamos a tempo, e eu acredito que podemos mesmo ultrapassar todos juntos esta pandemia respondendo da forma que as pessoas merecem e que a economia tem necessidade”, apelou.

Marisa Matias falava aos jornalistas antes de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter afirmado que o Governo vai ponderar, entre hoje e quinta-feira, o eventual encerramento das escolas, podendo tomar uma decisão antes da sessão alargada com epidemiologistas marcada para terça-feira.