Ulisses Correia e Silva deu esta informação durante a posse da nova administração do hospital, cuja mudança aconteceu precisamente após a morte dos bebés, o que levou o Ministério da Saúde a anunciar em 16 de maio a realização de um inquérito.
Depois da apresentação pública, o chefe do Governo disse que será desencadeado um processo de responsabilização.
“A responsabilização não significa necessariamente culpabilização, mas o sistema cresce e melhora quando as responsabilidades são assacadas”, frisou, considerando que se deve assegurar permanentemente confiança nas relações com os utentes e na atenção hospitalar.
“O Hospital Batista de Sousa tem de ser e parecer uma instituição de confiança para as pessoas. Se já é, tem que ser mais e melhor. Um dos setores que são críticos na relação de confiança é o setor da saúde e temos de fazer o máximo para que, existindo casos, existindo situações menos boas, que às vezes acontecem, devem ser apuradas, inquiridas e as decisões devem ser tomadas, mas que a instituição, no seu todo, permaneça como confiável”, afirmou.
Em 19 de maio, o Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, pediu uma “auditoria independente” ao HBS devido à morte de sete recém-nascidos, considerando que se trata de uma “situação anormal”.
O Governo deu por terminada a comissão de serviço de Ana Brito Dias como diretora e presidente daquele hospital central e nomeou Helena Rebelo Rodrigues, como diretora e presidente do conselho de administração, Nair Chantre Silva Santos Lucas, vogal e diretora clínica, Vera Lúcia Lopes Monteiro, como vogal e enfermeira superintendente, Aristides Manuel Ramos, vogal executivo e administrador, e Paulo Jorge Semedo Miranda Freire, vogal não executivo.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro disse que espera da nova administração “elevado nível profissional” e de serviço público e exigência e qualidade na prestação de serviços, excelência na gestão dos recursos, humanos, organizacionais, tecnológicos, financeiros, espírito de equipa e de missão.
Correia e Silva disse que já foram feitos muitos investimentos no setor da saúde em São Vicente, que outros estão em curso e previstos, mas considerou que o foco deve ser colocado no reforço da melhoria da atenção hospitalar, humanização no atendimento e assistência a pacientes.
E defendeu a complementaridade entre os serviços públicos e privados de saúde, mas considerou que são precisas regras para “evitar promiscuidade e falta de transparência”.
Por sua vez, a nova presidente do segundo maior hospital central do país, Helena Rebelo Rodrigues, assumiu o compromisso de desvendar as causas dos óbitos de bebés na unidade hospitalar.
“Continuaremos a aperfeiçoar o processo de assistência dispensada à mulher na gestação, no parto e no puerpério, zelando para proporcionar à mulher uma experiência” com êxito “e, principalmente, humanizada”, prometeu a nova dirigente, lembrando que o desígnio principal do hospital é salvar vidas.
Também prometeu uma “reforma” na instituição, com uma estratégia situada no doente/utente, no envolvimento das pessoas, na comunicação e na informação, em parceria com outros prestadores de serviços de saúde e na procura de outras fontes de receitas.
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