Um jovem alemão de 30 anos morreu no domingo quando foi apanhado por um agueiro na praia do Castelejo, juntamente com outros cinco amigos. No mesmo dia, uma mulher de 68 anos morreu na praia do Alvor após ser resgata pela Polícia Marítima e sujeita a manobras de reanimação. Ao final do dia, no Seixal, um jovem de 13 anos foi dado como desaparecido depois de saltar de um pontão.

Desde junho, a Autoridade Marítima Nacional já registou 16 vítimas mortais em praias sob a sua jurisdição, sendo que sete foram em praias vigiadas e nove em praias não vigiadas. "As pessoas devem sempre privilegiar as praias vigiadas e, nas não vigiadas, os cuidados devem ser redobrados", disse à Rádio Renascença a porta-voz da Autoridade Marítima Nacional, a comandante Nádia Rijo.

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O número de mortes por afogamento nas praias não vigiadas aumentou 45,5% no primeiro semestre de 2020, quando comparado com igual período do ano anterior, anunciou no início do mês a Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores (FEPONS). “Este dado é especialmente preocupante, porque o país esteve em estado de emergência durante algumas semanas, não sendo expectável esta estatística”, disse a federação, em comunicado.

Na mesma nota, os nadadores-salvadores indicaram que os dados foram divulgados hoje pelo Observatório do Afogamento, que registou 64 mortes nos primeiros seis meses deste ano, mais 45,5% em comparação com o mesmo período de 2019, no qual se registaram 44 óbitos.

Além disso, apontou que todos os registos de mortes por afogamento ocorreram “em zonas não vigiadas”, maioritariamente em “situações não presenciadas” (67,2%) e “sem tentativa de salvamento” (79,7%).

Este tipo de incidente aconteceu principalmente à tarde (43,8%), no mar (35,9%), quando as pessoas praticavam a atividade de “tomar banho em lazer” ou de “pesca lúdica com cana”, informou a FEPONS.

Já as vítimas destes incidentes são na maioria homens (90,6%), com idade superior a 40 anos (50%) e maioritariamente de nacionalidade portuguesa (26,6%).

De acordo com a federação, as mortes por afogamento ocorreram principalmente nos distritos de Faro e Lisboa, com especial incidência nos meses de maio e junho (cada um com 25%) e em fevereiro (15,6%).

Tendo em conta estes dados, os nadadores-salvadores decidiram lançar uma campanha digital para prevenir o afogamento, designada “SOS Afogamento”, onde aconselham os banhistas a frequentarem “espaços aquáticos vigiados”.