Na sua página na rede social Facebook, a comissão informou que a petição, a circular deste fevereiro, ultrapassou as duas mil assinaturas recolhidas, meio milhar das quais por via ‘online’ (em https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT111563) e as restantes em papel.
Na petição, que vai circular entre a população até 15 de abril, é exigido “o reforço urgente de médicos de família e enfermeiros” e a melhoria das infraestruturas e de equipamentos na extensão de saúde de Atouguia da Baleia, onde 6.000 utentes estão sem médico de família.
É também pedido o reforço de médicos e de enfermeiros no Centro de Saúde de Peniche, na sede deste concelho do distrito de Leiria, onde 2.100 utentes não têm médico atribuído, e na extensão de saúde de Ferrel, a funcionar com um médico e um enfermeiro para os 3.000 utentes inscritos.
Em relação à extensão de saúde da Serra d’el Rei, é solicitada a melhoria de equipamentos e a “humanização do espaço”.
A petição foi criada pela Comissão de Utentes de Saúde do Concelho de Peniche, que foi constituída em fevereiro.
A comissão surgiu tendo em conta a “degradação da resposta ao nível dos serviços de saúde no concelho materializada na difícil acessibilidade aos cuidados primários pela população e na insuficiência na oferta hospitalar (pela fragilidade de atendimento do serviço de urgência básica e pela falta de valências de especialidades)”, lê-se no manifesto disponibilizado no seu Facebook.
No sentido de ajudar a resolver este problema, a comissão está disponível para analisar a questão com as entidades representativas do setor da Saúde e encontrar soluções.
A comissão justifica a necessidade de reforçar o número de profissionais de saúde no concelho tendo em conta o aumento do índice de envelhecimento entre 2011 e 2021, a importância económica de Peniche com o seu porto de pesca e as fábricas de conservas, que “movimentam milhares de pessoas”, a existência da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, com cerca de 2.000 alunos, e a atração de turistas, que aumenta a população sobretudo no verão.
Apesar disso, a “resposta dos serviços de saúde tem-se verificado ao longo dos anos insuficiente para a população de Peniche, tanto a nível hospitalar, como ao nível dos cuidados de saúde primários”, face à “escassez de recursos e de investimentos”.
De acordo com a comissão, 44,5% da população está sem médico de família atribuído.
Aos problemas da falta de profissionais de saúde no centro de saúde e respetivas extensões, também no hospital da cidade há falta de valências e a urgência básica “não tem permanentemente um médico de medicina interna”.
Quanto aos serviços hospitalares, é exigida a abertura de mais valências de internamento e de consultas externas.
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