“Já existiu no norte do país, no Centro de Saúde de Amarante, foi interrompida por causa da pandemia e não voltou a ser retomada. Estamos a trabalhar para retomar essa e para, a partir dessa resposta, organizar a possibilidade noutros locais, (…) nos cuidados de saúde primários, para resolver o problema de uma certa proximidade e de uma certa distância”, afirmou Manuel Pizarro.
O ministro, que falava na Comissão Parlamentar de Saúde, onde hoje foi ouvido a pedido do Bloco de Esquerda, Livre, Iniciativa Liberal e PCP sobre o acesso à Interrupção Voluntária da Gravidez, ressalvou, contudo, que é preciso “respeitar muito a vontade da mulher em relação ao sítio onde quer recorrer a este serviço”.
Deu como exemplo a situação nas regiões do Alentejo e do Algarve, em que, independentemente de haver ou não acesso à IVG, as mulheres procuram-no noutras regiões do país.
“Provavelmente, as pessoas querem condições de maior privacidade, de maior recato”, acrescentou.
Durante a audição, Manuel Pizarro disse ainda estar aberto ao diálogo sobre o enquadramento legal da interrupção voluntária da gravidez, mas alertou para que esta discussão não transforme num insucesso um "caso de sucesso da sociedade e do Serviço Nacional de Saúde".
O governante defendeu também que é preciso “examinar com cuidado o que é que se passa nas unidades de saúde”, afirmando que há situações muito diversas.
“Eu posso admitir que numa ou noutra unidade de saúde não haja acesso à IVG, desde que seja claro como é que as mulheres são orientadas para ter acesso simples a IVG através do SNS”, disse o ministro, afirmando admitir também que haja hospitais cujos recursos humanos são muito limitados e não consigam ter equipas para realizar este procedimento.
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