“É verdade que, no caso do Hospital de Loures, o encerramento de uma parte dos serviços vai ocorrer mais cedo, apenas porque não há disponibilidade de profissionais”, admitiu Manuel Pizarro em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao serviço de urgência do Hospital Fernando Fonseca, na Amadora, onde foi acompanhado pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco.
Manuel Pizarro adiantou que esta situação foi “uma das razões” que levou à reorganização das urgências pediátricas e que é antecipada no caso da urgência pediatria do Hospital de Loures, “que deixará de facto funcionar à noite” a partir de quarta-feira, como anunciou o Sindicato Independente dos Médicos e depois a Federação Nacional dos Médicos.
Assim, anunciou, “na próxima semana vai ser anunciado um plano para o funcionamento regular das urgências de Pediatria de toda a Área Metropolitana de Lisboa (…). Isso não significa que não haja, entretanto, outros constrangimentos”, sublinhou o governante.
Questionado sobre qual a solução para a população que recorre à urgência pediátrica do Hospital de Loures, Manuel Pizarro explicou que é recorrerem às urgências pediátricas que estão abertas, como as do Hospital Santa Maria, Hospital Dona Estefânia ou Hospital de São Francisco Xavier.
“As outras urgências pediátricas continuam abertas e a rede do SNS continua a assegurar uma resposta às necessidades das pessoas, o que não quer dizer que me seja indiferente o encerramento da urgência pediátrica em Loures. Eu preferia que isso não acontecesse”, reconheceu.
Mas, vincou, “não havendo recursos humanos acho que é muito importante que esse anúncio seja dado com clareza e com antecipação para que as pessoas tenham ao menos previsibilidade em relação ao que vai acontecer”.
Segundo o ministro, a Direção Executiva do SNS está a trabalhar na organização de um modelo de atendimento metropolitano que permite assegurar previsibilidade às pessoas e corresponda à disponibilidade de profissionais que existem neste momento.
O ministro salientou que existem em toda a Área Metropolitana de Lisboa 12 urgências de pediatria em funcionamento, considerando que podem organizar-se “melhor os serviços, garantindo o número de urgências que corresponde às necessidades das pessoas com a proximidade geográfica possível, para que não se trate apenas da necessidade, mas também da comodidade das pessoas, que é naturalmente muito relevante para qualquer pessoa”.
O governante lembrou que este modelo de organização de urgências funciona noutras regiões do país, nalguns casos há duas décadas, “sem que causem uma perturbação”.
“Nós conseguimos no funcionamento das maternidades, havendo maternidades que estão abertas e outras que não estão abertas - e eu repito que preferia que estivessem todas abertas todos os dias da semana – garantir previsibilidade, qualidade e segurança e esse deixou de ser um tema porque as pessoas sabem exatamente onde é que se devem dirigir em cada momento e é isso que temos que fazer”, declarou.
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