Como profissionais de saúde oral, devemos reforçar que as clínicas dentárias não podem ser encerradas novamente, o que irá trazer consequências graves, quer para as clínicas enquanto empresas, quer para os pacientes que as procuram e que estão no decorrer de tratamentos.
Se em março do ano passado estávamos a entrar em confinamento geral, inundados (ainda) por um enorme desconhecimento sobre as consequências e evolução da pandemia, é certo que passados todos estes meses estamos mais preparados e acima de tudo mais informados, sobre como nos devemos proteger. Apesar de no início da pandemia todo o setor da saúde ter encontrado dificuldades na aquisição de equipamentos de proteção individual, que garantem a segurança dos profissionais de saúde e dos pacientes, este foi um problema que se deu como resolvido, garantindo o funcionamento seguro das clínicas dentárias.
A Medicina Dentária, apesar de ser uma profissão com elevado risco de exposição ao vírus, revelou desde cedo que está devidamente munida de protocolos de prevenção à infeção cruzada, que já eram cumpridos rigorosamente antes do surgimento do vírus SARS-CoV-2. A reforçar este fato, segundo um estudo publicado no The Journal of the American Dental Association, numa análise à evolução da pandemia nos EUA e as repercussões que tive na comunidade de Medicina Dentária, menos de 1 por cento dos dentistas em todo o país foram considerados COVID-19 positivos, o que em comparação com os restantes profissionais de saúde, é um valor muito inferior.
Dito isto, estamos certo de que existem condições seguras e controladas para o funcionamento das clínicas dentárias. Não devemos adiar a saúde oral dos pacientes e por consequência a saúde em geral de todos. Interromper (em alguns casos pela segunda vez) os planos de tratamento que estão a ser seguidos pode trazer consequências para os resultados dos procedimentos e para a qualidade dos serviços prestados.
Tomemos como exemplo um paciente que, no início da pandemia apresentava dor de dentes e teve de realizar uma desvitalização e aplicar uma restauração provisória. Nas semanas seguintes, e por se tratar de um tratamento de carácter provisório, o dente perdeu a sua resistência e fraturou, porque idealmente este seria um processo com um intervalo de tempo mais reduzido. A solução de tratamento inclui agora a extração do dente, ou seja, a perda do mesmo.
Tal como veiculado pela Ordem dos Médicos Dentistas, devemos ter em conta que o número de casos entre médicos dentistas, de todo o mundo, foi muito reduzido, o que não coloca as clínicas dentárias como um possível foco de contágio.
Os profissionais de saúde oral estão preparados para garantir que a sua prática clínica funciona sem riscos elevados, quer para os pacientes, quer para os médicos dentistas e assistentes.
Um artigo do médico dentista Hugo Madeira, especialista na Clínica Hugo Madeira
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