Decorreu, esta terça-feira, no Hospital de São João, no Porto, aquele que foi o primeiro parto em Portugal de uma mulher grávida infetada com COVID-19. A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias, mas já foi confirmada ao SAPO Lifestyle por fonte hospitalar que remete explicações detalhadas para mais tarde.
Tanto a progenitora como o recém-nascido "estão bem" e sob vigilância médica. O bebé já foi submetido a uma análise de despiste do novo coronavírus, aguardando-se pelos resultados.
A mãe está internada com manifestações leves da doença há cerca de uma semana e o recém-nascido não apresenta qualquer sinal de infeção, sendo considerado "clinicamente saudável". Os efeitos do novo coronavírus em grávidas e possível transmissão do mesmo para o recém-nascido ainda não foi provada pela ciência.
Um novo estudo de caso na China sugere que o coronavírus que causa a doença COVID-19 é intransmissível das grávidas para os recém-nascidos. A investigação envolveu quatro grávidas infetadas que deram à luz num hospital de Wuhan, cidade onde foi detetado em dezembro o novo coronavírus, responsável por infeções respiratórias como pneumonia.
De acordo com este trabalho, nenhum dos quatro recém-nascidos teve sintomas de COVID-19, como febre ou tosse, apesar de, por precaução, terem sido isolados em unidades de cuidados neonatais intensivos. Os bebés continuam saudáveis e as mães estão curadas. Três das quatro grávidas tiveram um parto por cesariana. Um dos recém-nascidos teve um pequeno problema respiratório, mas apenas durante três dias, tendo sido ventilado mecanicamente.
Segundo o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), "já se pode afirmar com bastante segurança que não há transmissão intra-uterina mãe-filho, pelo menos quando a infeção ocorre no terceiro trimestre da gravidez, e que a alimentação com leite materno não está contraindicada, mesmo que a mãe esteja infetada".
Recomendações para grávidas
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna aconselha as grávidas a ficar em isolamento profiláctico, a respeitar as regras de etiqueta respiratória e as mães que estão a amamentar a usar máscaras e a desinfetar as mãos antes de interagir ou alimentar o bebé.
Portugal registou ontem a primeira morte por COVID-19, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido. Trata-se de um homem de 80 anos, com "várias patologias associadas" que estava internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse a ministra, que transmitiu as condolências à família e amigos.
Há pelo menos 331 pessoas infetadas em Portugal, segundo o boletim diário de ontem da Direção-Geral da Saúde (DGS). Dos casos confirmados, 192 estão a recuperar em casa e 139 estão internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI). O documento da DGS assinala 2.908 casos suspeitos, dos quais 374 aguardavam resultado laboratorial. Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.
O Governo português declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na quarta-feira, a doença COVID-19 como pandemia, justificando tal denominação com os “níveis alarmantes de propagação e de inação”. O surto de COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 7.000 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ronda as 175 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China. Vários países na Europa, como Itália, Noruega, Irlanda, Dinamarca, Lituânia, França e Alemanha, encerram total ou parcialmente escolas, universidades, jardins de infância e outras instituições de ensino.
Em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, comunicou na semana passada ao país o encerramento de todas as escolas para travar a proliferação do coronavírus, entre outras medidas. Também foi anunciado a suspensão de todos os voos de e para Itália. A Direção-Geral de Saúde também reforçou as recomendações à população.
Nos últimos dias, Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China e o Governo italiano decidiu há uma semana alargar a quarentena, imposta inicialmente no norte do país, a todo o território italiano.
Na quarta-feira, as autoridades italianas voltaram a decretar medidas de contenção adicionais e ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais à exceção dos de primeira necessidade, como supermercados ou farmácias.
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
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