Os valores divulgados pelo IPMA indicam que em 26 estações meteorológicas foram ultrapassados no dia 14 os anteriores maiores valores da temperatura máxima do ar para este mês, em três delas (Pinhão, Alvega e Mirandela) foram registados valores da temperatura máxima do ar iguais ou superiores a 45°C e em quase metade (46%) os valores foram iguais ou superiores a 40°C.
Em praticamente todo o território (excepto Cabo Carvoeiro, Cabo Raso e Cabo da Roca) os valortes da temperatura máxima do ar foram iguais ou superiores a 30°C.
O valor mais elevado da temperatura máxima ocorreu na estação do Pinhão (47°C) e é um novo extremo para o mês de julho em Portugal Continental. O anterior valor extremo para julho (46,5°C) tinha sido registado em 23 de julho de 1995, na estação da Amareleja.
Até hoje, o valor mais elevado da temperatura máxima foi registado na Amareleja, a 01 de agosto de 2003, com 47,3°C.
Segundo o IPMA, em relação à temperatura mínima, foram igualmente ultrapassados os anteriores maiores valores em 26 estações nos dias 09 (Lisboa/G.C.), 12 (Zebreira e Bragança) e 13 (Nelas, Viseu e Pampilhosa) e em 20 estações no dia 14.
Em 13 estações meteorológicas - Nelas, Viseu, Trancoso, Guarda, Vila Real, Alcoutim, Monção, Moncorvo, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Viana do Castelo, Aveiro e Leiria - os valores da temperatura mínima do ar registados no período entre os dias 12 a 14 constituem extremos absolutos para aquelas estações.
Na quinta-feira (dia 14), o valor mais elevado da temperatura mínima do ar foi registado em Portalegre (29,3°C).
Com uma temperatura média do ar de 30,8°C, o dia de 13 foi considerado o mais quente deste ano e o 5.º dia mais quente dos últimos 23 anos em Portugal Continental. O dia de quinta-feira (14) será o 2.º dia mais quente do ano.
O IPMA prevê que até domingo os valores da temperatura máxima do ar serão da ordem dos 35°C e os da temperatura mínima entre 19°C e 20°C, pelo que deverão ocorrer hoje noites tropicais em 55% do território e em 40% do território no fim de semana.
No informação hoje divulgada, o IPMA realça ainda que "em grande parte do país a ocorrência de dias muito quentes ou extremamente quentes estará associada à ocorrência de noites tropicais (valores altos de temperatura no período noturno), originando desconforto térmico, com impactos mais significativos na população mais vulnerável".
A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou na quinta-feira que Portugal registou um excesso de mortalidade entre 07 e 13 de julho correspondente a 238 óbitos, atribuídos à onda de calor.
“Neste caso concreto, este excesso pode ser atribuído à onda de calor. De facto, temos tido nos últimos dias temperaturas extremas muito elevadas, quer as máximas, quer as mínimas, e por um período bastante prolongado”, disse a diretora-geral da Saúde à agência Lusa.
Segundo disse Graça Freitas, as pessoas mais fragilizadas são mais atingidas por esta situação, sobretudo, idosos que, em regra, acumulam várias doenças, mas também crianças e pessoas com doenças crónicas.
A responsável salientou também a necessidade de manter a hidratação, principalmente dos grupos vulneráveis, que deve ser feita com a ingestão de oito copos de água por dia.
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