Em janeiro nasceram com vida 5.912 crianças (menos 19,3% que em janeiro do ano passado) e em fevereiro 5.651 (menos 11,1% do que no mesmo mês de 2020), os valores mensais mais baixos pelo menos desde 1911.
O número de mortes ocorridas nos dois primeiros meses de 2021 foi bastante superior ao período homólogo do ano anterior e, em conjunto com a descida no número de nascimentos, provocou "um forte agravamento do saldo natural", o indicador calculado a partir da diferença entre nascimentos e óbitos.
No mês de janeiro morreram 19.634 pessoas, o maior número mensal desde o início da pandemia, 29,5% das quais com covid-19. Esse número representou um aumento de 65% em relação a janeiro de 2020.
Em fevereiro, o número de mortes desceu para 12.716 (28,3% com covid-19) em relação ao mês anterior, mas mesmo assim representou um aumento de 28,7% em relação ao mesmo mês de 2020.
Pelas contas do INE, o saldo natural de janeiro foi -13.975, o mais negativo dos últimos dois anos, e em fevereiro de -6.802.
Portugal foi o segundo país entre trinta países europeus com maior excesso de mortalidade em janeiro (uma comparação entre o valor mensal e a média para esse mês no período entre 2016 e 2019), que atingiu 60,2%, só ficando atrás da Eslováquia, com 73,4%.
Em fevereiro, o excesso de mortalidade em Portugal desceu para 24,2%, colocando Portugal na terceira posição da lista.
"Em março e abril, a mortalidade desceu para valores pré-pandemia", assinala o INE, indicando que em março morreram 9.598 pessoas (508 com covid-19), menos 9,6% que no mesmo mês de 2020.
No mês de abril deste ano, o número de mortes verificadas em Portugal desceu ainda mais para 8.386, menos 19,5% do que no mês homólogo de 2020, das quais 117 foram pessoas que estavam doentes com covid-19.
Nas estatísticas vitais mensais hoje publicadas, o INE assinala ainda que em janeiro foram celebrados em Portugal 812 casamentos e em fevereiro 174, reduções de 45,2% e de 87,9%, respetivamente, em relação aos mesmos meses de 2020.
Pior do que fevereiro só abril de 2020, que continua a ser o mês com menos casamentos de sempre (117), uma quebra de 93,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior."
"As medidas decorrentes de contenção da pandemia tiveram impactos na vida dos cidadãos, onde se inclui a mobilidade e o contacto social, pelo que os dados estatísticos relativos aos casamentos celebrados a partir de março de 2020 devem ser lidos neste contexto", salienta o INE.
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