Compete a cada um de nós cuidar do bem-estar do nosso coração, estando atentos a sinais e sintomas que permitem uma intervenção atempada em caso de doença e, assim, salvar vidas.
Não esqueçamos que a maior causa de morte em Portugal são doenças cardiovasculares e que todos os anos mais de 10 mil portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio. No atual contexto de pandemia, tendemos a esquecer de que há cuidados a ter para além do controlo da COVID-19. Este período aumentou as situações de sedentarismo e stress, dois grandes fatores de risco para um enfarte.
Os principais sintomas de doença cardiovascular são: dor no peito, falta de ar e /ou palpitações. Estes sintomas podem ser causados por patologias muito distintas e de diferentes gravidades. Caso os sinta, deve contactar imediatamente o seu médico assistente, que irá aconselhar a realização dos exames indicados mediante a situação em questão. Existem vários exames para diagnóstico e seguimento de problemas cardiovasculares, tais como:
- Eletrocardiograma, que deteta a atividade elétrica do coração, é um dos exames mais utilizados para avaliar as doenças do ritmo cardíaco e diagnosticar várias patologias.
- Ecocardiograma transtorácico, que permite avaliar o tamanho e a estrutura das diferentes cavidades cardíacas, a força com que o músculo cardíaco – o miocárdio – bombeia o sangue e a avaliação estrutural e funcional das válvulas cardíacas.
- Prova de esforço, para se avaliar a resposta cardiovascular durante e após o esforço e confirmar se as artérias coronárias irrigam normalmente o miocárdio.
- Holter, que permite registar continuamente a atividade elétrica cardíaca por períodos de 24h ou mais horas – fundamental para o diagnóstico e avaliação de doentes com arritmias.
- Teste de Tilt, exame que permite confirmar o diagnóstico de algumas das causas de síncope (desmaio).
Para além destes exames temos disponíveis mais ferramentas de diagnóstico adicionais como análises e outros exames de imagem (Tomografia Computadorizada, Raio X) que podem ser importantes para um correto diagnóstico ou seguimento.
As pessoas com fatores de risco já identificados, com antecedentes familiares de doença cardíaca ou predisposição genética, devem realizar uma avaliação do risco cardiovascular.
Apesar das medidas de afastamento social, é muito importante continuar a cuidar da saúde cardiovascular. Os principais comportamentos de prevenção podem ser adotados no dia-a-dia:
- Atividade física regular, cerca de 30 minutos diários;
- Alimentação diversificada e saudável;
- Manutenção de um peso saudável;
- Não fumar nem beber;
- Controlar os valores da tensão arterial, diabetes e colesterol;
- Visitar ao seu médico com a frequência aconselhada.
Não se afaste por mais tempo das suas rotinas de saúde!
Um artigo do médico Pedro Bernardo Almeida, Cardiologista no Instituto CUF Porto - Centro do Coração da CUF.
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