Assim como a técnica de compostagem de corpos com camadas de folhas e madeira, ou o sepultamento por nitrogénio líquido, a aquamação é um método funerário permitido apenas em alguns países. Na África do Sul, a prática evolui dentro de um certo vazio legislativo.

Com o nome científico de "hidrólise alcalina", o método consiste na cremação pela água e pelo fogo. Os restos do falecido são colocados num grande cilindro metálico e, depois, mergulhados em líquido, uma mistura de água com substâncias alcalinas.

O líquido é aquecido em torno dos 150 °C, enquanto o cilindro é submetido à pressão, um processo que permite uma rápida dissolução dos tecidos corporais.

Após algumas horas, os tecidos (gordura, sangue, pele, músculos) "liquefazem-se completamente, restando apenas os ossos", explica o site 'funeral.info'.

Em seguida, os ossos são reduzidos a cinzas brancas, que são colocadas numa urna e entregues aos familiares. No caso de Desmond Tutu, as cinzas foram depositadas num columbário.

Mais amigo do ambiente

Do ponto de vista simbólico, a água é considerada mais suave que o fogo, e evoca o final de uma vida iniciada em elemento líquido. Além disso, os defensores do método destacam, sobretudo, o benefício ecológico, pois consome menos energia que a cremação por combustão e emite menos gases com efeito de estufa.

De acordo com a empresa Resomation, sediada no Reino Unido, a água consome cinco vezes menos energia que o fogo.

Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), o método não provoca vapores de ar e nenhuma grande quantidade de energia é consumida durante o processo de aquamação.

O método é o mesmo utilizado na eliminação de restos de animais nos frigoríficos, considerado eficaz do ponto de vista sanitário.

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