Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, mais de 300 instalações de saúde ucranianas estão na linha do conflito ou em áreas que a Rússia passou a controlar e outras 600 estão a 10 quilómetros da linha do conflito.

Na videoconferência de imprensa semanal da organização, Ghebreyesus pediu aos países doadores mais investimento para que os civis e os refugiados ucranianos recebam a assistência de que necessitam.

“Enormes quantias de dinheiro estão a ser gastas em armas”, criticou, assinalando que a OMS apenas obteve oito milhões de dólares (7,2 milhões de euros) de um total de 57,5 milhões de dólares (52,3 milhões de euros) de financiamento solicitado para a assistência sanitária à Ucrânia.

Até à data, a OMS enviou para a Ucrânia cerca de 100 toneladas de material médico, incluindo “kits” de transfusão de sangue, desfibrilhadores, insulina, oxigénio e anestésicos.

O diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Mike Ryan, sublinhou que ataques contra instalações de saúde na Ucrânia e noutras partes do mundo são “totalmente inaceitáveis” e violam o direito humanitário internacional.

De acordo com Ryan, não se trata apenas de “destruir edifícios”, mas de “destruir a esperança” de as pessoas serem tratadas.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de 4,8 milhões de pessoas, mais de três milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.