Em Espanha, a agência meteorológica Aemet emitiu um alerta laranja para cinco províncias do norte, com 42ºC esperados no Vale de Ebre (nordeste). O alerta será estendido a um total de 10 províncias do centro e do nordeste. O canal público TVE apelidou este episódio de "semana do inferno".
Em França, as temperaturas vão aumentar, com máximas entre os 35 e 39ºC em dois terços do país, principalmente no sul e leste.
O órgão público Météo France evoca um "episódio sem precedentes pela sua intensidade e precocidade" não visto desde 1947. O instituto estima que picos de 40 graus "provavelmente serão alcançados pontualmente e recordes mensais, ou mesmo absolutos, poderão ser batidos".
Nu numa scooter em Berlim
A Alemanha também não será poupada, com 39 graus no sudoeste do país, assim como em Brandenburgo, a região alemã onde se localiza Berlim, onde um incêndio florestal já devastou 100 hectares.
Se o recorde de 40,3 graus registado em uma pequena cidade da Baviera em agosto de 2015 não deve ser superado, o de maior onda de calor registada num mês de junho, datada de 1947, pode cair, segundo especialistas.
Na capital alemã, os animais dos dois zoológicos da cidade serão "regados" a partir de hoje. A polícia da capital pediu para as empresas dispensarem os seus funcionários ou autorizá-los a usarem calções e sapatos abertos.
Em Brandemburgo, um homem totalmente nu numa scooter foi preso pela polícia, que postou fotos nas redes sociais.
Veja as regiões da Europa mais afetadas
Calor vem do Deserto do Saara
Procedente do Saara, a onda de calor sem precedentes para um mês de junho deverá agravar-se entre quinta-feira e sexta-feira.
Na Áustria, na região do Tirol, os termómetros marcaram 36,7 graus na terça-feira em Innsbruck. Como resultado, as famosas charretes puxadas por cavalos não foram usadas.
Em Genebra, onde os 35 graus deverão ser superados, o desfile do Dia da Escola, marcado para hoje, foi cancelado. E no Luxemburgo, as escolas permanecerão fechadas.
São esperadas tempestades e ventos fortes na Lituânia. As temperaturas atingiram já os 35,7 graus neste país.
"As temperaturas globais estão a subir por causa das alterações climáticas e, com elas, a probabilidade de uma onda de calor extrema", disse Len Shaffrey, professor de ciência climática da Universidade de Reading citado pela AFP.
De acordo com o instituto do clima de Potsdam, os verões mais quentes da Europa desde o ano de 1500 foram todos no século XXI. Em ordem decrescente: 2018, 2010, 2003, 2016 e 2002.
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