“O risco infeccioso dos meses frios é incontornável, especialmente em crianças mais jovens, e são vários os agentes víricos que o causam. Medidas de prevenção geral e tratamento sintomático poderão ajudar a ultrapassar esta fase do ano com menos necessidade de recurso a cuidados de saúde e menos complicações”, indicou a Ordem dos Médicos (OM), em comunicado.
Entre as medidas recomendadas para reduzir o risco de ocorrência de infeções respiratórias em pediatria estão: evitar exposição de crianças a ambientes poluídos, especialmente de fumo de tabaco; evitar contacto próximo com pessoas com infeções respiratórias em curso; não levar crianças sintomáticas para escola ou infantário e notificar os educadores dessa situação para alertar os pais de outras crianças potencialmente expostas.
Outros dos conselhos do Colégio da Especialidade de Pediatria são “respeitar cuidadosamente as regras de prevenção de infeções, tais como os cuidados de ‘etiqueta respiratória’ e manter distanciamento prudente sempre que necessário” e evitar transitar de ambientes muito quentes para o frio exterior sem proteção adequada.
A entidade que regula a prática médica em Portugal lembrou que os vírus respiratórios são transmitidos de pessoa-a-pessoa, através das gotículas geradas pelo espirro, tosse, respiração ou por objetos contaminados do doente infetado, indicando que “a transmissão é muito fácil, podendo acontecer inclusive através da fala, e a pessoa infetada é contagiosa ainda antes de ter sintomas agudos”.
“Com a chegada do inverno, voltam a reunir-se as condições favoráveis ao aumento das infeções respiratórias virais. Depois de vários anos de restrições com a pandemia, este inverno as crianças estão mais suscetíveis aos agentes habituais de infeção”, alertou a OM.
No caso de existirem sintomas de infeção respiratória em crianças, o Colégio da Especialidade de Pediatria aconselha a implementação de algumas medidas de mitigação de risco infeccioso e de cuidados de primeira linha, inclusive cuidados de higiene das mãos, medidas de etiqueta respiratória e distanciamento físico, se existirem sintomas, e evitar a frequência de locais de elevada concentração de pessoas em ambientes fechados.
“Em caso de sintomas agudos, deve contactar-se preferencialmente o médico assistente que poderá observar a criança se os sintomas se agravarem ou não melhorarem dentro do prazo previsível”, apontou esta especialidade da OM.
Recomenda-se também que uma hidratação adicional para facilitar a fluidificação de secreções e compensar as perdas de transpiração pela febre; um tratamento sintomático com medicamento para a febre e descongestionamento nasal, se necessário; fracionar as refeições, pela diminuição do apetite, mas também para reduzir o risco de vómito com os acessos de tosse; discutir com o médico assistente sobre a necessidade de medidas de prevenção específicas em caso de crianças com risco especial de gravidade por infeções respiratórias.
A OM afirmou que, apesar de não ser possível evitar a ocorrência destas infeções, “estas e outras medidas podem reduzir o seu risco e evitar deslocações às urgências pediátricas, libertando, assim, os profissionais de saúde para o atendimento a casos mais graves”.
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