O presidente Joe Biden elogiou o progresso na vacinação, com 70% dos norte-americanos a receberem pelo menos uma dose até 4 de julho, e as autoridades de saúde relaxaram as recomendações sobre máscaras faciais, mas Washington mantém restrições às viagens.

"Esperamos a retomada das viagens transatlânticas assim que a ciência permitir", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, na segunda-feira.

“Não posso colocar um prazo específico porque vai depender muito do curso da epidemiologia, da resposta ao vírus no mundo e da evolução, incluindo o impacto e a presença de variantes”, disse.

Biden prometeu restaurar alianças após a turbulenta presidência de Donald Trump e, na semana passada, cortejou aliados europeus nas sua primeira viagem ao estrangeiro.

No entanto, deixou claro que não tem pressa quando se trata de viagens turísticas e o seu governo também renovou até 21 de julho o encerramento das fronteiras terrestres com o Canadá e o México.

Durante a pandemia, os Estados Unidos proibiram a maioria dos visitantes da União Europeia, assim como do Reino Unido, Brasil, China, Índia, Irão e África do Sul.

No entanto, Biden permitiu um número crescente de isenções, com jornalistas, estudantes e outros a poder viajar apesar das restrições impostas aos turistas comuns.

Já a União Europeia decidiu reabrir as suas fronteiras para os americanos com a condição de que estejam vacinados ou apresentem testes negativos para o vírus.

Impulsionados pelo turismo

A União Europeia abriu a circulação a cidadãos provenientes dos EUA sob pressão dos Estados-membros que dependem do turismo, como a Grécia, Itália e Espanha, ansiosos por reativar um setor devastado pela pandemia.

Nos Estados Unidos, não existe uma força semelhante a pedir a entrada de estrangeiros, embora as companhias aéreas e outros setores da indústria do turismo tenham expressado apoio ao relaxamento das restrições. O The Wall Street Journal, num editorial recente, afirmou que não há razão para não corresponder à decisão europeia.

O governo Biden anunciou no início de junho a formação de grupos de trabalho com a União Europeia, Reino Unido, Canadá e México sobre os próximos passos.

Milhares de expatriados pagam impostos nos Estados Unidos e podem receber familiares no país, mas não podem sair sem se preocupar com a possibilidade de não poderem voltar.

Celia Belin, uma académica francesa da Brookings Institution de Washington, observa que Biden foi eleito com a promessa de enfrentar a luta contra a pandemia melhor do que Trump e "não quer correr nenhum risco" sobretudo numa altura em que a variante Delta do coronavírus ganha força.