Os modelos do "Dashboard COVID-19 Insights", uma iniciativa da COTEC Portugal e NOVA Information Management School (NOVA IMS), indicam que o pico da incidência já terá sido ultrapassado, tendo ocorrido por volta do dia 28 de janeiro, com uma média móvel a sete dias de 12.800 casos diários. O pico da prevalência estará também a ser ultrapassado esta semana com cerca de 182.000 casos ativos.
Os números confirmam a previsão efetuada a 19 de janeiro pelo COVID-19 Insights COTEC-NOVA-IMS, a plataforma que disponibiliza e analisa informação referente à pandemia e aos seus impactos, com recurso a métodos analíticos avançados, que apontava o pico da incidência para o período de 28 a 30 de janeiro, com cerca de 12.500 novos casos diários.
Para 7 de fevereiro, as previsões do dashboard COVID-19 Insights apontam para o recuo da prevalência da infeção até aos 160.000 casos; o número total de mortes deverá ascender a 13.700 (o máximo terá sido atingido a 30 de janeiro com cerca de 300 mortes/dia); o número de internados é estimado em 5.900, dos quais 825 em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), atendendo às atuais restrições ao nível da capacidade instalada.
"Sem restrições ao nível da capacidade instalada, a nossa previsão para o número de internados seria de 7.300, dos quais 1.065 em UCI. Naturalmente que as restrições existentes impõem alterações aos critérios de internamento e em particular de internamento em UCI levando a que, a 7 de fevereiro, se esperem em UCI cerca de menos 240 internados do que aqueles que seriam esperar com base nos critérios anteriormente aplicados", explica Pedro Simões Coelho.
De acordo com os especialistas, o máximo de internamentos terá sido atingindo no dia 1 de fevereiro, com 6.869 internados (sem restrições de capacidade instalada o pico teria sido de 8.500 internamentos); já o máximo de internamentos em UCI será, provavelmente, atingido por estes dias (3 de fevereiro) com cerca de 877 internados em UCI (sem restrições o pico seria de 1.230 internamentos em UCI).
“O Rt está neste momento ligeiramente abaixo de 1 e só deverá descer abaixo de 0.8 na segunda metade de fevereiro, altura em que deveremos atingir a barreira de segurança dos 5.000 casos diários”, nota o coordenador científico do projeto.
A alteração das medidas de confinamento, nomeadamente as associadas ao encerramento das atividades escolares presenciais e a consequente redução de mobilidade, terão contribuído para uma diminuição da taxa de transmissibilidade do vírus em 35% a 40%, no espaço de uma semana. Na primeira semana de confinamento, o seu efeito terá sido de apenas 30-40% do sentido em março e abril de 2020 (relação entre as taxas de queda de transmissibilidade), sendo que, atualmente, se aproxima já do primeiro confinamento, com um efeito 80% a 90% do anterior.
No final de janeiro, a mobilidade em locais de retalho e de diversão era de cerca de 90% da verificada no início de abril de 2020 (durante o primeiro confinamento). A redução de utilização de transportes públicos e de presença em locais de trabalho é igualmente de cerca de 80% da verificada nessa data. Já a presença em zonas residenciais é de cerca de 90% da verificada em abril.
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