“Devo anunciar que a partir de agora vamos anular esta proibição e cabe ao povo peruano acalmar-se”, disse Castillo, segundo o jornal peruano ‘Gestión’.
O presidente explicou que as medidas “não são de forma alguma contra o povo. São para proteger a saúde e a vida dos compatriotas”, avançou o jornal ‘El Comercio’.
A presidente do Congresso peruano, María del Carmen Alva, disse na rede social Twitter que a decisão era “a primeira conquista tangível” de uma reunião entre deputados e representantes do Executivo. “O povo fez isso!”, acrescentou.
O recolher obrigatório esteve em vigor desde as 02:00 (07:00 em Lisboa). No entanto, milhares de cidadãos de vários bairros de Lima ignoraram a medida e saíram às ruas para protestar contra o governo.
A marcha, inicialmente pacífica, acabou com a Avenida Abancay, perto do Parlamento, transformada em um campo de batalha que opôs manifestantes a agentes das forças de segurança.
A presidente do Supremo Tribunal de Justiça do Peru, Elvia Barrios, confirmou à televisão Canal N que as portas do tribunal foram destruídas pelos manifestantes, que também tentaram incendiar parte dos móveis.
O ministro do Interior, Alfonso Chávarry, disse ao canal de televisão estatal Peru TV que quatro policiais ficaram feridos após confrontos com manifestantes e que foram levados ao hospital.
Mais tarde, milhares de manifestantes regressaram ao local de origem de marcha, a Plaza San Martín, onde permaneceram durante a noite, exigindo a demissão de Pedro Castillo.
Mais de 2.000 motoristas de autocarros na região de Cuzco estão há 10 dias em greve, convocada devido aos altos preços dos combustíveis e novas regulamentações de transporte, explicou um porta-voz do grupo, Pedro Banda, citado pela televisão TeleSur.
A greve, a que se juntaram sindicatos de agricultores, originou confrontos entre manifestantes e agentes policiais, assim como ataques a infraestruturas — incluindo portagens –, bloqueio de autoestradas e suspensão de aulas. Foram ainda registadas quatro mortes.
Este é o primeiro grande conflito social enfrentado por Pedro Castillo desde que foi eleito em julho como chefe de Estado.
Antes da eleição de Castillo, o Peru foi abalado por repetidas crises ministeriais e pela formação de quatro governos em oito meses. O próprio presidente peruano escapou a um processo de destituição iniciado pela oposição no final de março.
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