A Administração Regional de Saúde (ARS) Lisboa e Vale do Tejo, o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Almada-Seixal e o Hospital Garcia de Orta em Almada decidiram unir esforços para implementar um projeto pioneiro que pretende aumentar o diagnóstico precoce do cancro do cólon e do reto nos dois concelhos e melhorar o acompanhamento dos doentes através da articulação entre cuidados de saúde primários e a unidade hospitalar. Luís Amaro, um dos responsáveis pela implementação do projeto e diretor executivo do ACES Almada-Seixal revela que o objetivo deste projeto assenta numa melhor «articulação de cuidados e processos de comunicação na gestão do cancro do cólon e reto entre o ACES e o Hospital».

«Verificámos que existe uma lacuna ao nível de rastreios oncológicos à população e em particular na área do cancro do cólon e reto e pretendemos alterar esta realidade através da implementação de uma boa prática que promova a deteção e o tratamento adequado da patologia. Queremos ainda desenvolver uma norma baseada num plano de acompanhamento do doente através da partilha de informação entre o hospital e os cuidados de saúde primários, de forma a dar continuidade e apoio ao doente após alta hospitalar», acrescenta o responsável.

O projeto denominado «Contratualização como incentivo a uma Gestão Clínica Integrada no Cancro do Cólon e Reto» integra-se no programa Boas Práticas de Governação, uma iniciativa da Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa, que proporciona aos participantes uma oportunidade de acesso a um plano curricular desenvolvido pela universidade e que lhes garante as bases teóricas e o acompanhamento necessário ao desenvolvimento dos projetos.

Este ano, o programa tem como tema «Caminhos para a Articulação» e pretende criar as condições para a implementação de projetos de inovação, «promovendo o desenvolvimento de boas práticas que fomentem uma maior articulação entre os cuidados de saúde primários e hospitalares, que possam trazer melhorias efetivas para o doente», revela ainda fonte do projeto em comunicado. Diariamente, segundo dados de organizações do setor, morrem, em média, em Portugal cerca de 10 pessoas com cancro do intestino.