“A ERS, após ter tomado conhecimento das notícias difundidas, sexta-feira, 13 de janeiro de 2023, em meios de comunicação social, decidiu proceder à abertura de processo administrativo para investigação dos factos alegadamente ocorridos no serviço de cirurgia geral do Hospital Amadora-Sintra”, adiantou fonte oficial do regulador à agência Lusa.
A ERS é a entidade que regula da atividade dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde dos setores público, privado, cooperativo e social em Portugal.
A abertura do processo surge na sequência de denúncias, hoje divulgadas pelo jornal Expresso, indicando que mais de 20 doentes operados naquela unidade hospitalar “morreram ou ficaram mutilados”, alegadamente por más práticas médicas.
Numa mensagem em vídeo, em nome do Conselho de Administração, a diretora clínica do HFF – também conhecido como Hospital Amadora-Sintra -, Ana Valverde, garante que as averiguações “serão levadas às últimas consequências” e que “se houve erro, não será ignorado”.
“Sabemos que nos últimos tempos lidamos com situações de doença avançada complicadas, fruto dos três últimos anos de pandemia, mas, contudo, os nossos profissionais, em todas as áreas, fazem todos os dias o seu melhor para, de acordo com as boas práticas clínicas prestar os melhores cuidados aos nossos utentes”, afirmou a diretora clínica na mensagem.
No vídeo, a diretora clínica do Fernando Fonseca confirma que a unidade recebeu uma exposição escrita do ex-diretor do serviço de cirurgia, alegando más práticas clínicas relativamente aos colegas de cirurgia geral.
“Esta denúncia foi encarada com a correspondente responsabilidade e seriedade. De imediato foram desenvolvidas diligências e instaurado um processo de inquérito para apurar a verdade dos factos e as responsabilidades”, afirma, adiantando que entre as diligências está o envio da denúncia para a Ordem dos Médicos, “para solicitar um processo de averiguação independente sobre as alegações do ex-diretor”.
Ana Valverde refere ainda que, no próprio dia, o caso e as diligências tomadas foram comunicadas à Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e que o hospital iniciou “uma auditoria clínica do serviço de cirurgia geral.
O caso foi hoje noticiado pelo Expresso, que escreve que os casos remontam ao ano passado e foram comunicados à direção clínica do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) no início de outubro (17 doentes) e no final de novembro (cinco situações).
A Ordem dos Médicos foi informada sobre as suspeitas por correio eletrónico. Na missiva enviada à Ordem, segundo o Expresso, os denunciantes escrevem que a “denúncia não se centra num médico em particular, mas sim numa situação sistémica”.
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