O sistema imunitário é, em condições normais e saudáveis, o agente responsável pela defesa de infecções e doenças, protegendo o organismo de ataques exteriores vindos de bactérias, vírus e outras substâncias tóxicas. No entanto, o sistema imunitário nem sempre funciona corretamente, podendo, inclusive, atacar as células saudáveis do corpo: a esta patologia dá-se o nome de doença autoimune.

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A sociedade está cada vez mais consciencializada acerca do tema, no entanto, são poucos aqueles que sabem que os animais de estimação podem, tal como nós, sofrer de doenças autoimunes.

Sabemos que, apesar dos motivos pelos quais este tipo de doença ocorre serem desconhecidos, elementos genéticos e ambientais são influenciadores para a crescente prevalência destas patologias.

No mundo animal, caso exista, por exemplo, uma condição de hipertiroidismo (onde é atacada a tiróide, o órgão responsável pela regulação do metabolismo), o dono poderá decifrar sintomas como a preguiça, a apatia e indiferença, bem como o ganho de peso. Em termos físicos, o animal poderá apresentar também sintomas como o atrofio dos músculos da cabeça e focinho, aparentando tristeza.

Há raças mais susceptíveis a doenças

Ricardo Ribas, médico veterinário e doutorado em ciências veterinárias, aponta também a anemia hemolítica como outra doença autoimune que poderá afetar animais saudáveis, sendo que, neste caso, as próprias células do sangue são destruídas pelo sistema imunitário, levando o animal a apresentar sintomas como cansaço intenso, gengivas pálidas e letargia.

Fémeas da raça Cães-de-Água ou Cocker Spaniel são geralmente mais susceptíveis à doença, por exemplo.

Também distúrbios como a Miastenia Grave, que afetam a pele, levam o seu animal de estimação a apresentar perda de peso, fraqueza e fadiga anormal, bem como o lúpus que apresenta sintomas como artrite, perda de apetite e de peso e aumento de temperatura.

Raças como o Pator-Alemão e os gatos siameses são mais predispostos a sofrer de Lúpus.

Em suma, as doenças autoimunes não são inerentes exclusivamente ao ser humano, podendo chegar a animais como cães e gatos, cavalos, bovinos e porcos. É essencial o incentivo à investigação científica, descobrindo estratégias de prevenção para humanos e animais, bem como a consciencialização dos donos para este tipo de doenças, de modo a detetar, prevenir e ajudar no tratamento adequado aos seus animais de estimação.

As explicações são do médico veterinário Ricardo Ribas.