Setembro fica mais vermelho a cada ano, à medida que o número de campanhas nacionais e internacionais que procuram a consciencialização do cancro de sangue (doenças malignas do sangue) vai crescendo e revelando o impacto na população e a necessidade de mais ação no diagnóstico e tratamento destas doenças.
Enquanto mês para a consciencialização do cancro de sangue, em setembro, assinala-se a 4 o Dia Mundial da Leucemia, a 15 o Dia Mundial do Linfoma, a 22 o Dia Mundial da Leucemia Mieloide Crónica e a 27 o Dia Europeu do Mieloma Múltiplo.
Todos os anos mais de um milhão de pessoas em todo o mundo é diagnosticado com um cancro no sangue, mas a consciencialização sobre a doença ainda é incrivelmente baixa. É um grupo muito diverso de cancros, sendo os linfomas, as leucemias e o mieloma múltiplo os mais frequentes. Pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade, a qualquer momento. Apesar de representar 10% de todos os cancros, apenas 1 em cada 3 pessoas se lembra de cancro no sangue quando questionados sobre cancro.
Recear ou ignorar estas doenças não ajuda a que estes números mudem, e por isso em setembro, no seu papel de associação que acredita que estes números podem e devem ser revertidos, a APLL faz um grande investimento para ajudar a revelar os segredos do sangue, onde estas doenças se escondem.
Como se manifestam e tratam
Doenças malignas do Sangue ou Cancro do Sangue afetam o sangue, a medula óssea e o sistema linfático e ocorre quando há uma produção excessiva de células com funcionamento anormal. A produção em massa de células “anormais” impede a medula óssea de produzir células saudáveis (Plaquetas, Glóbulos Brancos e Glóbulos Vermelhos).
Os tratamentos têm avançado muito ao longo dos anos, aumentando as taxas de sobrevivência e de qualidade de vida, mas ainda há um longo caminho a percorrer.
Taxas que queremos ver a subir
As campanhas da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL) estão integradas em várias campanhas nacionais e internacionais de consciencialização sobre cancro do sangue. Por causa destes eventos a ocorrer desde os anos de 1970, as taxas de sobrevivência destes doentes aumentaram em cerca de 25%.
21 anos de APLL
A APLL, ao longo dos 21 anos da sua existência, tem sido para os que sofrem de doenças malignas do sangue e seus familiares uma fonte de informação confiável, que conduza com rapidez à melhor decisão, naquele que é um momento de dúvidas e angústia.
Quem procura o apoio da APLL são doentes e familiares a quem é diagnosticada uma doença maligna do sangue. Citando a poetisa Ana Luisa Amaral no prefácio do livro publicado pela APLL “Somos Todos Heróis” – “Ela chega de repente, a notícia, sob a forma de palavra. Escrita, falada, de maneira aberta ou disfarçada. Ao próprio, aos que lhe estão próximos, sejam eles parentes ou amigos. E desaba-se o mundo”.
A APLL ajuda a todos
Com os doentes com diagnóstico recente, os voluntários e ex-doentes partilham as experiências e falam como enfrentar todas as etapas dos tratamentos da doença. São também doentes que já estão em tratamento e que souberam da APLL, através de outros doentes e de profissionais de saúde ou através dos meios digitais. As pessoas procuram a associação nas instalações, por telefone e email. São pessoas de todas as idades e com vários perfis de vida, desde jovens a pessoas mais idosas de todas as zonas do país. A APLL entende esta diversidade, procurando também oferecer um leque de apoios, em que cada um possa sentir que existe sempre algo que pode receber da APLL.
Todos podem ajudar a APLL
Os familiares e amigos dos doentes e todo o público podem tornar-se sócios e /ou voluntários da APLL. Junte-se à presente campanha de consciencialização - se tem conta numa rede social, aceite o convite de partilhar uma nova imagem de perfil durante setembro. Vista uma t-shirt vermelha, a cor do sangue e mostre o seu apoio. Se pode, faça um donativo. A APLL quer continuar a prestar apoio económico aos doentes mais carenciados. Precisam também de investir e melhorar a comunicação através das redes sociais e chegar a mais doentes, familiares e público.
Em setembro, procure conhecer os segredos das doenças do sangue, junte-se à APLL e siga o mote lançado por uma associada no poema “A Esperança nos Silêncios” “Acreditar! Em nós, na ciência, nos dias.”
Um artigo de Isabel Barbosa, Presidente da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL).
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