“Chegou ao conhecimento do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que face à carência de médicos especialistas, o Hospital de São João pretende agora convocar médicos internos de várias especialidades - em formação - para prestação de trabalho extraordinário obrigatório no Serviço de Urgência Geral, desconsiderando o evidente prejuízo para as suas formações especializadas”, denunciou o sindicato, em comunicado.
Para além de prestarem trabalho no serviço de urgência nas respetivas especialidades, “o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário São João pretende, agora, que aqueles médicos internos prestem também trabalho no Serviço de Urgência Geral como carne para canhão”, acrescentou.
Confrontado com esta acusação feita pelo SIM, o hospital respondeu à Lusa que de forma a prestar “uma resposta com qualidade e acesso no serviço de urgência a todos os doentes que procuram a instituição, os vários profissionais (especialistas e internos de formação específica) têm sido sensibilizados para o seu apoio, num quadro de equidade e esforço repartido, e que tem tido uma resposta muito favorável com disponibilidade e generosidade”.
“No caso dos internos de formação específica, o apoio que tem sido solicitado é mínimo, enquadrado na sua formação, supervisionado por especialistas, em diálogo e envolvimento com a Direção do internato Médico e a Comissão de Internos”, explicou.
O centro hospitalar ressalvou não abdicar de uma formação médica com “enorme qualidade”.
Apesar disso, o sindicato salientou que vários médicos internos da formação especializada já apresentaram o seu protesto face a esta intenção do conselho de administração.
A situação diz respeito aos médicos internos de formação especializada em cardiologia, dermatovenereologia, doenças infecciosas, endocrinologia e nutrição, farmacologia clínica, hematologia clínica, gastrenterologia, imunoalergologia, imuno-hemoterapia, medicina do trabalho, medicina física e reabilitação, nefrologia, oncologia médica, pneumologia e reumatologia.
“O SIM manifesta o seu apoio aos médicos internos. A mão de obra barata e ampla que representam os médicos internos de formação especializada não pode ser a solução para os problemas do hospital”, concluiu.
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