A paralisação, que termina às 23:00 de hoje, foi convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA), envolvendo enfermeiros, auxiliares, administrativos e técnicos de diagnóstico.
Os trabalhadores reivindicam a contratação de mais profissionais e a implementação das 35 horas semanais, à semelhança do que sucede nas outras unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Num balanço feito à agência Lusa, pelas 16:00, a sindicalista Isabel Barbosa, do SEP, adiantou que a adesão ao protesto “foi superior a 80%”, ressalvando que “foram cumpridos os serviços mínimos”.
“Praticamente todas as consultas estiveram encerradas. Tiveram níveis de adesão muito elevados. Consultas de ginecologia, de cirurgia, de especialidades, serviços de internamento. Foi aqui onde se notou mais. A adesão foi mais variável nos restantes serviços”, descreveu.
No mesmo sentido, Ana Amaral, do STFPSSRA, apontou também para uma adesão entre os 80% e os 90%, destacando o sucesso da paralisação.
“Está a correr muito bem e vai ao encontro das nossas expectativas. Tivemos também a participação de mais de uma centena de trabalhadores na concentração que fizemos à entrada do hospital”, apontou.
Ana Amaral referiu que até ao momento o sindicato ainda não foi contactado pela administração, mas que espera uma resposta “em breve”.
“Vamos aguardar serenamente, mas se a situação não se resolver cá estaremos para novas formas de luta”, sublinhou.
Por seu turno, contactada pela Lusa, fonte da administração do HBA apontou para uma adesão à greve “na ordem dos 44%”, sobretudo de enfermeiros e assistentes operacionais (49%), com maior impacto nas consultas externas.
Segundo a mesma fonte, nenhuma das 27 cirurgias programadas para o dia de hoje foi cancelada devido à greve.
O Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, no distrito de Lisboa, funcionou até 19 de janeiro deste ano no regime de PPP, sendo gerida, até então, pelo grupo privado Luz Saúde.
Atualmente, a unidade hospitalar tem gestão pública, assente no modelo de entidade pública empresarial (E.P.E.).
Apesar da mudança da gestão privada para pública, os trabalhadores continuam a trabalhar 40 horas semanais, ao invés das 35 que se verificam no SNS.
Os trabalhadores queixam-se também da carência de recursos humanos e reivindicam a contratação de mais profissionais.
Numa resposta enviada à Lusa na segunda-feira, fonte da administração do HBA disse que estão a ser ultimadaa a regulamentação dos horários de trabalho e a “harmonização de direitos”, para serem enviadas para aprovação dos ministérios da Saúde e das Finanças.
Relativamente à contratação de mais profissionais, a administração do HBA ressalvou que têm sido contratados trabalhadores, para colmatar as saídas, “de acordo com a disponibilidade no mercado”.
Segundo dados avançados pelos sindicatos, trabalham atualmente no HBA cerca de 500 enfermeiros, 400 auxiliares e 200 administrativos.
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