“Não deixes que o tabaco te tire a respiração”, é o lema usado pela OMS para assinalar o dia e que acompanha eloquentes cartazes, mostrando um pulmão fechado num frasco entre fumo e beatas, ou um corpo humano cheio de lesões causadas pelo tabaco.

Até 3,3 milhões das oito milhões de mortes anualmente relacionadas com o tabagismo são causadas por infeções ligadas ao sistema pulmonar, recordou numa conferência de imprensa Vinayak Prasad, diretor do Departamento de Prevenção de Doenças Não Infecciosas da OMS.

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Além do desconhecimento dos riscos de cancro do pulmão, “nos países em desenvolvimento 50% das pessoas não associa fumar a enfartes”, advertiu a médica Kerstin Schotte, especialista na mesma divisão.

“Quase 20% (da população adulta) do mundo fuma e aqueles que deixam de o fazer podem ver em apenas duas semanas os efeitos benéficos de abandonar este hábito nos pulmões, que recuperam o funcionamento normal”, acrescentou Prasad.

Em 2017, recordou, 1,5 milhões de fumadores e pessoas expostas ao fumo do tabaco morreram de doenças respiratórias crónicas, 1,2 milhões de cancro da traqueia, dos brônquios e pulmões e 600.000 devido a tuberculose e infeções do sistema respiratório.

Acresce que 60.000 menores de cinco anos morreram de infeções das vias respiratórias causadas pelo fumo alheio, e os que chegaram à idade adulta têm maiores probabilidades de sofrer mais tarde de doença pulmonar obstrutiva crónica.

Este ano, a OMS renova o apelo para que os países reforcem a luta contra o tabagismo, mediante a aplicação plena do convénio adotado em 2003 para o seu controlo, e tomando medidas como o aumento dos impostos sobre o tabaco, que demonstrou ser uma boa via para reduzir a procura.

Prasad lembrou que cerca de 80% dos 1.100 milhões de fumadores no mundo vivem em países de salários médios e baixos, logo o impacto do tabaco no sistema de saúde público é maior.

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Começar a fumar tabaco numa idade precoce aumenta o risco de morte e doença cardiovascular numa idade mais tardia, sobretudo nas pessoas que iniciam antes dos 12 anos, segundo um estudo do Hospital do Mar, realizado durante sete anos com quase 4.500 pessoas.

O trabalho, publicado na revista "Preventive Medicine" (Medicina Preventiva), revelou que o sistema cardiovascular é especialmente sensível aos efeitos tóxicos do tabaco nas idades precoces.

A investigação foi liderada pelo coordenador do Grupo de Epidemiologia e Genética Cardiovascular do Hospital do Mar de Investigações Médicas (IMIM), Roberto Elosua, o diretor do Programa de Epidemiologia e Saúde Pública do IMIM, Jaume Marrugat, e o chefe do Serviço de Cirurgia Vascular daquela unidade, Albert Clará.

Para fazer o estudo, seguiram durante mais de sete anos um grupo de 4.499 pessoas, com idades entre os 25 e os 79 anos.