A pesquisa, publicada no British Journal of Surgery, mostra que o "assédio sexual e a agressão sexual podem ser comuns no ambiente cirúrgico britânico e que existe estupro".
"Este é o momento MeToo da cirurgia. Agora teremos que começar o verdadeiro trabalho para uma mudança profunda", disse Tamzin Cuming, cirurgiã e presidente do Women in Surgery Forum, ao jornal The Times.
O estudo, no qual participaram 1.434 pessoas da comunidade cirúrgica (incluindo homens), mostra que 29,9% das mulheres foram vítimas de agressão sexual nos últimos cinco anos. Foram relatados 11 estupros.
Mais de 63% das mulheres foram vítimas de assédio sexual por seus colegas homens e quase 90% delas foram testemunhas deste crime.
Além disso, quase 11% das mulheres sofreram "contato físico forçado" relacionado a oportunidades profissionais, de acordo com o estudo encomendado por uma força-tarefa sobre comportamento sexual inadequado em cirurgia.
Judith, que não revelou seu verdadeiro nome, contou à BBC a agressão que sofreu no início da carreira.
Em uma sala de operações, um cirurgião suado colocou a cabeça em seus seios. "Percebi que ele estava enxugando a testa", explicou ela.
Na segunda vez que ele se aproximou de seus seios, ela lhe ofereceu uma toalha, mas ele respondeu "não, é muito melhor assim", sem que ninguém reagisse na sala de cirurgia.
Apenas 15% dos profissionais de cirurgia melhores classificados são mulheres. São menos de 30% em toda a profissão.
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