"Chegou ao conhecimento do SIM que os Médicos do Serviço de Pediatria têm reiteradamente alertado a Administração do CHEDV para a carência notória de recursos humanos que permita o bom funcionamento do Serviço e mormente do Serviço de Urgência, inclusive tendo entregado, em bloco e formalmente, documento de escusa de responsabilidade", lê-se num comunicado daquela unidade sindical.

"As irregularidades repetidas na elaboração das escalas de urgência, desrespeitando normas técnicas e legais, trazem um risco clínico inaceitável para os doentes e acarretam uma situação de grande exaustão nos profissionais", frisa a nota, que começa por dizer que a "urgência de Pediatria do Hospital da Feira pode ter que encerrar".

"As orientações dadas pelo SIM aos seus associados foi a de que devem os trabalhadores médicos integrados no Serviço de Pediatria do CHEDV manter as declarações de escusa de responsabilidade, bem como apresentar as declarações de protesto, sempre que quando futuramente escalados e no momento da prestação de trabalho urgente não estejam respeitadas as regras".

"Acresce que os Médicos Pediatras do CHEDV quando escalados para a prestação de trabalho urgente, prestam simultaneamente assistência a outros serviços, nomeadamente ao internamento, o que não têm qualquer obrigação de cumprir, competindo sim ao CA do CHEDV assegurar os recursos humanos necessários para o efeito, não competindo aos trabalhadores médicos colmatar tais falhas, assim como não tendo que cumprir tempo de trabalho suplementar que ultrapasse os limites convencionalmente previstos, ou sequer prestar trabalho em serviço de urgência que ultrapasse o regime convencionalmente fixado", denuncia aquela estrutura sindical.

O comunicado também lança farpas ao governo. "É claro que quando o Governo persiste na sua postura de não só não dialogar com os médicos (e de com eles negociar melhorias na carreira) mas de os menosprezar, apesar de simpáticas declarações de circunstância e de momento, os médicos recém.especialistas hesitam em se prenderem, no presente e no futuro, ao Serviço Nacional de Saúde", conclui a nota.

O SAPO Lifestyle pediu um pedido de esclarecimento ao CHEDV, do qual faz parte o Hospital São Sebastião de Santa Maria da Feira, pelo qual ainda aguarda resposta.