O gabinete de comunicação e imagem justificou a decisão com "a diminuição acentuada do movimento assistencial no Serviço de Urgência do polo Hospital Geral (Covões), por força do decréscimo da patologia respiratória".
"O conselho de administração do CHUC deliberou que o Serviço de Urgência regressa ao horário de atendimento em vigor antes da pandemia por SarsCov-2, entre as 09:00 e as 22:00, todos os dias da semana, a partir de 06 de abril de 2021".
Segundo a administração, o modelo de funcionamento será objeto de monitorização e "revertido de imediato em função de eventual evolução desfavorável da pandemia".
Desde o início da pandemia da covid-19 que aquela unidade funcionava como hospital de referência para o tratamento dos doentes infetados pelo novo coronavírus.
Na quinta-feira, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses antecipava o encerramento noturno do Serviço de Urgência e da unidade de cuidados intensivos, considerando tratar-se de mais um ataque para o "desmantelamento" do Hospital dos Covões, localizada na margem sul de Coimbra.
"À boleia das sinergias da fusão dos hospitais, da dita reestruturação da rede de referenciação de diversas especialidades médicas, da economia de escala e o que mais lhes interessa, para o ataque e descaracterização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Hospital Geral dos Covões é o alvo a abater", refere.
O sindicato considera que o Hospital dos Covões "não pode perder mais serviços" e que o "combate à falta de investimento nos serviços públicos de saúde deve nortear a ação de luta" daqueles profissionais.
Também o PS de Coimbra defendeu, na semana passada, a existência de dois hospitais centrais na cidade e recusou encerramento de serviços no Hospital dos Covões.
"Coimbra precisa de dois Hospitais Gerais Centrais (e não de um Hospital Central e o outro um 'armazém'), devendo ser reconhecida a importância e a necessidade para Coimbra, para a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, para a região Centro e mesmo para o país, em prol das necessidades em saúde das populações, com a evidência já demonstrada, apesar do autismo administrativo", lê-se num comunicado, enviado à agência Lusa.
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