“Esta ação é para mostrar a nossa preocupação porque o que temos visto é que a saúde está pior com o encerramento dos hospitais de retaguarda e centros de saúde”, disse aos jornalistas António Nabais, do movimento.
Para o porta-voz, tem havido falta de investimentos nas infraestruturas e nos recursos humanos para servir uma área que tem uma população de cerca de 450 mil utentes.
Deu como exemplo o Hospital de Aveiro, “que há muito devia ter sido ampliado e que tem consultas a funcionar desde há cinco ou seis anos em contentores, sem qualquer dignidade para os profissionais e os utentes”.
“Salientamos a falta de médicos, enfermeiros, auxiliares ou assistentes operacionais, técnicos de diagnóstico e por aí fora, em resultado do desinvestimento nas suas carreiras e Serviço Nacional de Saúde”, afirmou.
Sem condições atrativas, nomeadamente os médicos, disse, “emigram ou fogem para o privado e o resultado são listas de espera para as consultas e cirurgias, e o caos nas urgências”.
Nas urgências, a falta de médicos faz-se sentir principalmente nos períodos noturnos, nomeadamente na pediatria e na obstetrícia.
Quanto à criação da Unidade Local de Saúde de Aveiro, integrando o Hospital de Ovar, Nabais criticou a medida porque são quase 40 quilómetros de uma cidade a outra.
A distância para o utente aumenta se, devido ao encerramento de algumas especialidades no período noturno, tiver de ser transferido para Coimbra.
A justificação de que o utente pode escolher para onde vai não convence o dirigente do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos: “como regra, o utente vai para onde for referenciado”, disse.
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