Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do PNV, Teresa Fernandes explicou que Portugal está bem e que conseguiu, em 2019, “aumentar as taxas para algumas vacinas, como o sarampo, pois a segunda dose [que deve ser tomada aos 5 anos] já vai nos 96 ou 98% [de cobertura], ultrapassando a 95%”, que é quando se atinge a imunidade de grupo.
“Até aos 18 anos de idade estão todos com 98% de cobertura”, acrescentou.
O boletim, que avalia o cumprimento do PNV, diz ainda que se manteve em 2019 o cumprimento dos objetivos nacionais e internacionais do Programa de Eliminação do Sarampo, o que permite manter o sarampo e a rubéola eliminados em Portugal.
No entanto, a Direção-Geral da Saúde (DGS) sublinha a importância de “melhorar a vacinação atempada para a 1.ª dose do esquema recomendado” para o sarampo.
Já a cobertura vacinal para o esquema completo da vacina HPV atingiu os 91% dois anos após o início da vacinação e chegou aos 95% aos 14 anos de idade.
“A vacina HPV também ultrapassou os valores do ano passado, a partir dos 12 anos de idade e as raparigas já têm 91 a 95%, já estão todas com o esquema completo”, afirmou Teresa Fernandes, que considera que estes são “excelentes resultados”.
A responsável destacou ainda a vacinação das grávidas, que continua a aumentar e, segundo as estimativas, atingiu os 88% de cobertura.
“É fantástico para um grupo etário adulto, ainda por cima as grávidas, que é sempre uma situação em que as pessoas temem qualquer medicamento e também vacinas (…). É a confiança no PNV”, acrescentou.
O relatório indica que a vacinação das grávidas contra a tosse convulsa “continua a destacar-se pela elevadíssima adesão que, três anos após a sua introdução no PNV, continua a aumentar”.
“Estes resultados criam elevadas expectativas na consolidação do controlo da tosse convulsa nas crianças até aos 2 meses de idade”, acrescenta.
Segundo o boletim de avaliação do PNV, mais de 95% das crianças estão protegidas contra 11 doenças, até aos 7 anos de idade, atingiram-se valores próximos dos 95% nas vacinas administradas até aos 25 anos de idade e houve “bons resultados” na vacinação dos adultos contra o tétano, “com valores de 80% a 92% nas ‘idades-chave’ da vacinação”.
Ainda sobre a vacina contra o tétano nos adultos, a avaliação demonstrou uma “contínua melhoria da cobertura vacinal no grupo dos 65 anos, que passou de (…) 76% em 2015, para 78% em 2016 e 82% em 2019”, acrescenta o documento.
“É nossa ambição que a vacinação seja o resultado de decisões informadas e esclarecidas, com conhecimento sobre o risco da ação e o risco da inação”, alerta a DGS nas notas finais do documento, sublinhando o momento atual de emergência de saúde pública internacional, com a pandemia da covid-19.
Esta altura de pandemia “relembrou o mundo que, para além da proteção individual, a maioria das vacinas tem ainda a capacidade de, a partir de determinadas taxas de cobertura vacinal, interromper a circulação dos microrganismos na comunidade, através da imunidade de grupo”, refere a DGS.
Em tempo de pandemia de covid-19, “o risco de doenças evitáveis pela vacinação a nível internacional, mantém-se e pode até aumentar, devendo assim, ser dada particular importância à vacinação atempada dos grupos mais vulneráveis”, acrescenta.
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