"Esperamos que soluções efetivas sejam encontradas o mais rápido possível para proteger a vida de Lambert", solicitou o Vaticano em comunicado assinado pelo cardeal Kevin Farrell, chefe do ministério para os Laicos, a Família e a Vida e pelo presidente da Academia Pontifícia para a Vida, monsenhor Vincenzo Paglia.

"Alimentar uma pessoa doente nunca é uma forma de crueldade terapêutica irracional, até que a pessoa possa absorver nutrição e hidratação e que não cause sofrimento intolerável ou seja prejudicial ao paciente", defendem os eclesiásticos.

Os médicos foram entretanto obrigados a prosseguir o atendimento médico após terem desligado ontem as máquinas que mantém Vincent Lambert vivo.

Na segunda-feira o Papa Francisco publicou um Tweet sobre o caso, após a ameaça da suspensão dos tratamentos.

O caso de Vincent Lambert, que sofreu um acidente de trânsito em 2008 que o deixou com danos cerebrais irreversíveis, divide a própria família e gerou um grande debate em França sobre eutanásia e morte digna.

França dividida e em protesto

Os pais de Lambert, católicos fervorosos, são contrários ao encerramento da vida do filho e recorreram sistematicamente contra as decisões para interromper o atendimento médico.

A esposa de Lambert, Rachel, cinco dos seus irmãos e um sobrinho, François, lutam há vários anos para desligar os aparelhos e denunciam aquilo que chamam de "crueldade terapêutica".

Essa parte da família afirma que Vincent Lambert não gostaria de ser mantido vivo com máquinas, mas o doente inválido não deixou nenhuma decisão (testamento vital) por escrito.