O que acontece ao aparelho cardiovascular com o consumo excessivo de sal?

O consumo excessivo de sal (sódio), leva a uma maior retenção de água pelo organismo, aumentando a pressão arterial e sobrecarregando o aparelho cardiovascular. Além disso, promove a sede, levando a uma maior ingestão de líquidos, sobrecarregando adicionalmente o coração e os vasos.

Quais as complicações do consumo excessivo de sal?

O aumento da pressão arterial (ou seja a hipertensão arterial) pode ter consequências fatais ou limitantes, pela sobrecarga e lesão dos vasos envolvidos, entre as quais:

  1. Acidentes vasculares cerebrais (AVC),
  2. Enfarte agudo do miocárdio.
  3. Angina de peito (dor ou sensação de aperto no peito)
  4. Doenças renais

Que quantidade de sal devo ingerir?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo de menos de 5 gramas de sal (2 gramas de sódio) por dia. Nesta quantidade está contemplado o sal naturalmente presente nos alimentos (como por exemplo: as carnes processadas, os queijos, a manteiga, as bolachas ou as conservas), como o sal acrescentado.

Em Portugal estima-se que a quantidade média de sal ingerida por dia é cerca de 11 gramas (mais do dobro).

Como evitar o consumo excessivo de sal?

- Substituir sempre que possível o sal por especiarias e ervas aromáticas.

- Optar sempre que possível por alimentos frescos e evitar alimentos com alto teor de sal (sódio) como caldos concentrados, carnes processadas ou algumas conservas.

- Estar atento à quantidade de sal/sódio no rótulos dos alimentos:

Sal
Sal

Adaptado de: Descodificador de alimentos do PNPAS – DGS.

Reduzir o consumo de sal é o suficiente para prevenir doenças do coração?

A redução do consumo de sal contribuirá para uma redução importante do risco cardiovascular, contudo esta atitude deverá ser acompanhada das seguintes medidas:

- Realização de uma alimentação equilibrada, quantitativa e qualitativamente;

- Realização regular de exercício físico;

- Controlo dos níveis de colesterol;

- Parar de fumar nos casos aplicáveis.

Tal é reforçado pelos resultados de um estudo científico, realizado no ambito do programa Menos Sal Portugal - fruto de uma parceria entre a CUF e o Pingo Doce, que avaliou, pela primeira vez em portugal, o impacto das alteração de hábitos alimentares, com monitorização rigorosa do consumo de sal e de potássio e das suas consequências diretas na saúde. Os investigadores concluíram que a diminuição da ingestão de sal e o aumento da ingestão de potássio, a par da mudança dos padrões alimentares, estão diretamente associados a uma significativa redução da pressão arterial e a potenciais benefícios cardiovasculares.

Um artigo do médico Daniel Caldeira, cardiologista na Clínica CUF Almada.