O estadiamento consiste na determinação do desenvolvimento do tumor, não só no local da sua origem, como à distância, ou seja, à sua possível metastização.

A metastização corresponde, consequentemente, à fixação de células tumorais que entraram na circulação sanguínea e/ou linfática, em locais distintos daquele em que o tumor se originou.

Com este objectivo, depois de ter o diagnóstico de cancro, o médico pede uma série de exames como o raio X ou a tomografia axial computorizada do tórax , para a determinação de possível metastização pulmonar.

Pede ainda a cintigrafia óssea e a ecografia hepática, para avaliação de possível disseminação aos ossos e ao fígado. São ainda realizadas análises de sangue com o mesmo objectivo. Os marcadores tumorais servem apenas para monitorizar a resposta à terapêutica nas doentes com metástases.

Os locais de metastização mais frequentes são os gânglios linfáticos, os ossos – principalmente a coluna vertebral, a bacia e a porção proximal (superior) dos fémures (ossos da coxa) –, o fígado, os pulmões e o cérebro.

Tendo como base o tamanho do tumor e a existência ou não de metástases a nível dos gânglios linfáticos e em órgãos distantes como os ossos, o fígado, etc., o tumor pode ser classificado em um de cinco estadios, conforme a classificação TNM, em que o T se refere ao tamanho do tumor, o N aos gânglios linfáticos e o M às metástases à distância.

TUMOR PRIMITIVO (T)

T0: não se evidencia o tumor primário

Tis: carcinoma in situ

T1: menor ou igual a 2 cm
T1a: maior do que 0,1 cm e menor ou igual a 0,5cm
T1b: maior do que 0,5 cm e menor ou igual a 1 cm
T1c: menor do que 1 cm e menor ou igual a 2 cm

T2: maior do que 2 cm e menor ou igual a 5 cm

T3: maior do que 5 cm

T4 tumor de qualquer tamanho com:
T4a: extensão à parede torácica não incluindo os músculos peitorais
T4b: edema incluindo pele de laranja, ou ulceração, ou nódulos da pele que cobre a mama
T4c: simultaneamente T4a e T4b
T4d: carcinoma inflamatório

GÂNGLIOS LINFÁTICOS REGIONAIS (a classificação aqui apresentada é baseada na evidência clínica, que engloba os exames de imagem, excluindo a linfocintografia, ou o exame clínico)

N0: sem metástases ganglionares

N1: metástases axilares homolaterais, móveis

N2: metástases axilares homolaterais fixas ou mamárias internas sem metástases axilares

N3: metástases infraclaviculares homolaterais associadas ou não a metástases axilares, ou metástases mamárias internas homolaterais e axilares; ou metástases supraclaviculares homolaterais com ou sem metástases axilares ou mamárias internas

METÁSTASES À DISTÂNCIA

M0: sem metástases distantes

M1: metástases distantes

Apresentam-se em seguida, de uma forma simplificada, os estadios tumorais:

Estádio 0:
Tis  N0  M0

Estádio I: T1  N0  M0

Estádio II A: T0  N1  M0
                      T1  N1  M0
                      T2  N0  M0


Estádio II B:
T2  N1  M0
                      T3  N0  M0

Estádio III A: T0  N2  M0
                        T1  N2  M0
                        T2  N2  M0
                        T3  N1  M0
                        T3  N2  M0

Estádio III B: T4  N0  M0
                        T4  N1  M0
                        T4  N2  M0

Estádio III C: Qualquer T    N3   M0

Estádio IV: Qualquer T   Qualquer N   M1

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro