À semelhança do que sucede com as pessoas mais idosas, um dos grupos de risco, os diabéticos devem ter cuidados redobrados com o SARS-CoV-2, o novo vírus na origem da covid-19, a doença que está a assustar o mundo. "Vários relatórios mostram-nos que a junção de diabetes e coronavírus pode provocar sintomas mais severos e complicações", alerta também um artigo publicado no Diabetes 365º, um projeto multiplataforma de literacia sobre a patologia.
Os diabéticos mais idosos são, no entanto, os que inspiram maiores preocupações. "O que os relatórios nos mostram é que, à medida que a idade avança e a pessoa tem problemas de saúde, o coronavírus parece ter maior impacto", garante a mesma fonte. Ainda sem cura, os tratamentos disponíveis para a covid-19 são apenas sintomáticos, limitando-se a atenuar os sintomas. Os principais são febre, tosse persistente, cansaço e sensação de falta de ar.
No caso de ser infetado pelo novo coronavírus e sofrer de diabetes, deverá seguir, de imediato, as indicações dos profissionais de saúde e reforçar uma série de cuidados. Para além de manter a hidratação, deverá controlar a glicemia e vigiar regularmente a temperatura. As pessoas que sofrem de diabetes tipo 1 devem ainda controlar a presença de cetonas. Garanta ainda que tem medicação suficiente em casa para a diabetes e para os sintomas de coronavírus. Muitos médicos recomendam a utilização de fármacos como o paracetamol. Deve também assegurar os medicamentos para outros problemas de saúde que possa ter, bem como material para fazer as medições de glicemia.
"Como em qualquer situação, é aconselhável ter em casa medicação para a diabetes em quantidade suficiente para um mês, assim como material de autovigilância da diabetes", recomenda a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) num guia informativo que elaborou. "Os que monitorizam a quantidade de glicose no sangue devem fazê-lo, neste período, com uma regularidade maior", aconselha ainda a organização britânica Diabetes UK.
Os sintomas que devem exigir a sua atenção
Em caso de dúvida, como os profissionais de saúde não se cansam de alertar permanentemente em todo o mundo, nunca se dirija a um hospital ou a uma farmácia. Ligue para a linha de apoio SNS 24, acessível através do número 808 24 24 24. "Se não testa os seus níveis de açúcar no sangue em casa, deve estar atento aos sinais de hiperglicemia", adverte a Diabetes UK. Urinar mais e mais vezes, sobretudo no período noturno, é um deles.
Sentir uma sede constante e intensa, ter a sensação de boca seca e notar uma fome constante e difícil de saciar são, a par do cansaço, da visão turva e da comichão no corpo, sobretudo nos órgãos genitais, outros dos sintomas a ter em conta. "Mantenha-se sempre hidratado", recomenda ainda a organização britânica. "Ingira amiúde bebidas não açucaradas e coma muitas vezes mas pouco de cada vez", aconselham ainda os especialistas da Diabetes UK.
Se os seus níveis de açúcar no sangue se mantiverem elevados ou baixos de forma persistente ou se notar sintomas de hiperglicemia, contacte telefonicamente o médico, a enfermeira ou a instituição que o acompanha habitualmente. No dia a dia, siga as normas de higiene e prevenção recomendadas pela Direção-Geral da Saúde. "O coronavírus afeta mais quem tem problemas de saúde crónicos e o sistema imunitário enfraquecido", alerta a Diabetes UK.
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