Esta doença caracteriza-se pelo vasoespasmo das artérias (movimento semelhante a contrações) que reduz o fluxo sanguíneo para os dedos das mãos e dos pés, afetando deste modo a circulação sanguínea.

Esta reação do organismo surge perante o frio e em situações de stress emocional, com uma alteração significativa da cor da pele que, pela ausência temporária de sangue nos capilares, faz com que os dedos fiquem brancos, evoluindo depois para azul pela falta de oxigénio (cianose distal). À medida que a temperatura sobe, o sangue regressa e a pele fica avermelhada (hiperémia reativa).

Em situações emocionais extremas o organismo liberta hormonas (hormonas de stress) que provocam o estreitamento dos vasos sanguíneos, que tem como consequência o menor afluxo de sangue e oxigénio aos dedos das mãos e pés.

A Doença de Raynaud pode ser classificada como primária, a forma clínica mais comum, e que ocorre por si só, ou a secundária quando associada a outras doenças como as do tecido conjuntivo, lúpus eritematoso sistémico ou artrite reumatoide.

Os pacientes com Síndrome de Raynaud apresentam como principais sintomas a hiperémia reativa e a cianose distal, como consequência dos espasmos recorrentes da microcirculação arterial dos dedos das mãos e dos pés. A doença afeta mulheres três a cinco vezes mais do que os indivíduos do sexo masculino.

O rastreio deve ser realizado, permitindo um diagnóstico precoce com orientação clínica e terapêutica adequada. O diagnóstico diferencial entre o Síndrome de Raynaud primário e secundário é feito através da anamnese, informação sobre o início e evolução de uma doença até à primeira observação do médico, associado a um detalhado exame físico e a testes como a capilaroscopia e as análises de autoimunidade.

Estes dois últimos exames são também determinantes na avaliação do estádio e na progressão da doença.

As explicações são do médico Germano de Sousa, Especialista em Patologia Clínica.